Os produtores rurais que estavam acampados na sede do Incra, em Rio Branco, desde a última quarta-feira (26), conseguiram chegar a um acordo com a superintêndencia do órgão sobre a ocupação de uma área de terra no Seringal Capatará, no interior do Estado. Na tarde desta sexta-feira (28) eles aprovaram um acordo proposto pelo Incra e deixaram a sede do órgão.
De acordo com o superintendente do Incra no Acre, Idésio Luís Frank, em uma reunião com os produtores rurais e os representantes de organizações trabalhistas ficou definido que o órgão irá notificar os proprietários da área de terra reclamada pelos produtores rurais para solicitar a devolução de parte de 30,72% da propriedade que o órgão entende que pertence à União. Ele não explicou quantos hectares de terra essa porcentagem corresponde porque os técnicos da instituição ainda estão fazendo levantamento cartográfico da área.
Frank explicou ainda que caso a devolução não seja cumprida, o Incra irá ingressar com uma ação na Justiça.
Segundo o presidente da Associação de Moradores do Seringal Capatará, José Apolônio, os moradores irão agora retornar para as áreas que ocupam e esperar os resultados da ação do Incra. “Conseguimos chegar a um acordo, não conseguimos 100% do objetivo que queríamos mas demos o primeiro passo. Até o dia 8 de julho eles devem entrar com uma intimação à todos os proprietários com prazo de 15 dias, e se eles não comparecerem o Incra vai entrar com uma ação discriminatória para acabar com o conflito”, explica.
Seringal Capatará
O Seringal Capatará fica localizado entre os municípios de Capixaba e Senador Guiomard, no interior do Acre. Mais de 200 famílias estão vivendo na área e disputam a posse com os proprietários da terra. Porém, segundo o superintendente do Incra, apenas 15 dessas famílias teriam direito à posse da parte da área por viverem lá há pelo menos oito anos.
“Dessas 230 famílias cerca de 15 são ocupantes originá-rias, seringueiros que lá existiam há muito tempo, entre oito e 50 anos. Os outros entraram faz pouco tempo, cerca de quatro anos”, salienta.
Segundo os moradores o conflito pela posse do Capatará já dura 20 anos e alguns posseiros já chegaram a ser assassinados por conta do impasse. (Tácita Muniz e Yuri Marcel, Do G1/AC)