Investidores da Telexfree realizaram mais um protesto no centro da Capital. Desta vez, a manifestação aconteceu em frente à sede do Ministério Público Estadual (MPE). Com cartazes na mão, eles pediam que a Justiça reconsidere a decisão de bloquear os pagamentos aos divulgadores da empresa.
No último dia 18, a juíza Thaís Borges, da 2ª Vara julgou favorável a medida proposta pelo Ministério Público do Estado do Acre (MP/AC) para suspender as atividades da Telexfree. Com a decisão, foram suspensos os pagamentos e a adesão de novos contratos à empresa até o julgamento final da ação principal. Caso haja o descumprimento, a pena de multa diária é de R$ 500 mil e de R$ 100 mil por cada novo cadastramento. O desembargador Samoel Evangelista indeferiu o pedido de revisão da sentença dos advogados da Telexfree e manteve a liminar.
O autônomo José Luiz Feijó investiu R$ 20 mil na Telexfree, mas ainda não conseguiu recuperar o dinheiro. Ele acredita que há casos graves que deveriam ser investigados, não a empresa. “Com muito suor e trabalho investimos na Telexfree para ter uma renda melhor. Consegui o dinheiro com muito sacrifício. Hoje o governo só cobra imposto e não nos proporciona nada. Queremos saber por que todos os rendimentos foram bloqueados. Não recuperei nenhum centavo que investi, estou há um mês somente. Ninguém me obrigou a entrar, foi a minha vontade. A juíza tem que investigar licitações fraudadas, contratos irregulares, correr atrás de ladrão e nos deixar em paz”.
Para Eudes Lima, há um poder maior impedindo que as atividades da empresa retornem. “A Justiça está nos prejudicando. Eu faço o que bem quiser com o meu dinheiro, desde que não contrarie a lei. E a Telexfree não é ilegal. A elite não pode ver a classe sofrida com uma qualidade de vida melhor. O povo tem que ser dependente deles. O dinheiro que eu investi e não recebi está fazendo falta”.
As manifestações serão contínuas, afirma Nudielen Martins. “Não temos nada a reclamar da Telexfree. Eles nos pagam corretamente. Investi R$ 19 mil e recebi tudo. Não é justo o bloqueio, não aceitamos isso, se a empresa que não estivesse pagando era outra história. A justiça não pode se meter na nossa vida dessa forma. Eles deveriam se preocupar com a corrupção. O movimento não irá parar por aqui. Estamos esperando uma reposta e se não for dada, iremos continuar manifestando. Ninguém nos escutou até agora, não teve um que perguntasse se estávamos insatisfeitos ou não. Cadê a democracia?”, concluiu.