O manifesto no Distrito de Extrema cresceu de sexta para sábado. No começo do ato, às 7h da manhã de sexta-feira, apenas 400 moradores da vila fecharam a BR-364, com pneus e toras de madeira. No entanto, na manhã de ontem, os manifestantes se juntaram com outros agricultores de ramais próximos e já somavam mais de 1.500 pessoas no local. O movimento já ganhou até a adesão de indígenas da aldeia Kaxarari.
O bloqueio foi feito no km 1.040 da estrada, perto de Extrema, distrito que fica a 180 Km de Rio Branco e mais de 350 Km de Porto Velho/RO. Enquanto o protesto ganha força, a estrada (única que garante o acesso do Acre com o restante do país) ficará fechada em seus 2 sentidos, impedindo a passagem de todos os tipos de veículos. Várias filas quilométricas de carros, motos e caminhões e carretas já se formaram no trecho desde o início do bloqueio.
E onde tem princípio de ‘multidão’ em polvorosa, tem casos isolados de confusões. Na virada da madrugada de sexta para o sábado, um grupo dos manifestantes foi decidiu ser mais radical e tacou fogo no prédio do posto fiscal de Extrema. Moradores que participam do ato, mas de forma mais pacífica, revelaram que o edifício do Detran de Rondônia só não foi incendiado também porque é alugado. Ou seja, não pertence ao governo do Estado vizinho.
Um carro que estava no posto fiscal também foi incendiado. Outros 2 carros foram consumidos pelas chamas em Jacy Paraná, local próximo.
Os atos de vandalismo deixaram as coisas um pouco tensas no local. A Polícia Rodoviária Federal está presente no local, tentando negociar que os manifestantes desinterditem a estrada e para garantir a ordem. Mais de 30 policiais do Comando de Operações Especiais (COE) da PM/RO também estão presentes desde a manhã deste sábado para tentar garantir que não ocorram mais atos de vândalos.
Os moradores de Extrema cobram mais agilidade no processo de emancipação do distrito ao status de município, uma vez que isso garantirá que eles recebam mais verbas para melhorias estruturais, de saúde, educação, seguranças e saneamento na sua região.
Apesar de todo o aparato policial in loco, os manifestantes não se intimidam. Eles continuam insistindo que só vão acabar com o bloqueio diante da presença do governador de Rondônia, Confúcio Moura, para negociar com eles a emancipação de Extrema.