Cerca de 4 mil trabalhadores da construção civil realizaram, na manhã de ontem, um protesto no Centro da Capital. O objetivo da manifestação foi pedir que as obras do maior investimento habitacional do governo, a Cidade do Povo, não sejam interrompidas. Na semana passada, parte dela foi embargada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Os manifestantes realizaram uma caminhada do Terminal Urbano à Aleac. Os trabalhadores estão preocupados com a paralisação das obras, disse Auricélio Nascimento, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Industriários do Acre (Sintiacre). “A nossa intenção é pedir às autoridades que liberem a Cidade do Povo para que a gente possa trabalhar. Os empregos dos trabalhadores são tirados e a economia também é afetada. Se nós não trabalhamos, a cidade vai parar”.
José Aldemar, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Acre (Sticcea), explicou que as empresas estão todas paradas, após a prisão dos empresários. “Com este ato, esperamos chamar a atenção das autoridades. Os deputados são nossos representantes e devem lutar para que isso não aconteça. Não temos o poder. Eles têm. Todas as empresas estão paralisadas. Está na hora de soltarem os empresários. Eles devem retornar para que a gente possa trabalhar. O desemprego está à vista. É preciso agir e resolver esta situação. Eles podem muito bem responder o processo em liberdade, não há a necessidade de continuarem preso”.
Caso as obras parem, milhares de trabalhadores ficarão desempregados. “Não temos nada contra a Polícia Federal, apenas queremos que as obras voltem. A previsão é de parar tudo e mais de 8 mil trabalhadores serão prejudicados. Tínhamos um trabalho muito grande a realizar e agora não podemos fazer nada. Estão fechando as portas e como que iremos fazer? Estamos em defesa dos trabalhadores, que estão sofrendo com esta decisão”, ressaltou Sebastião Miguel, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Terraplanagem (Sintraterra).
Esforços serão feitos para que a obra volte a ser realizada normalmente, afirmou o deputado Geraldo Pereira. “As obras das casas que são de responsabilidade das empresas financiadas pela Caixa Econômica estão paradas, prejudicando os trabalhadores da construção civil. Isso tudo foi comemorado pela oposição no dia do anúncio das prisões dos empresários. Estas pessoas são trabalhadoras, que estão presas injustamente. As obras devem voltar a andar. As pessoas precisam garantir o sustento de suas famílias. Não se deve comemorar o desemprego de milhares de famílias”.
O pedreiro Gilberto Nascimento, 56 anos, trabalha em uma das empresas de construção civil. Ele está preocupado, já que não tem certeza até quando estará empregado. “Estamos parados, sem trabalhar. A Justiça parou as obras e a gente vai passar fome. Tenho uma família para sustentar e essa é minha única renda. A situação está complicada. Muito ruim. Não sei o que fazer”.