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Jorge Viana: “é hora de uma reforma política radical”

Vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT) subiu à tribuna na tarde desta terça-feira, 25 de junho, para defender a proposta de Constituinte exclusiva para tratar da reforma política, lançada pela presidenta Dilma Rousseff na segunda-feira. “A hora é de uma reforma política radical”, comentou o parlamentar. “Não fizemos aquilo que diz respeito apenas do Congresso: a reforma política. A iniciativa é nossa”.

Jorge Viana se disse perplexo com a falta de coerência de líderes da oposição, que hoje condenam o que defendiam no passado. Eler lembrou que, em 1998, o então presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a apresentar a mesma ideia, arrancando apoios entusiasmados de líderes tucanos, como o líder do PSDB na Câmara, hoje senador Aécio Neves (MG).

O senador petista citou reportagem da Folha de S.Paulo, publicada em 17 de abril de 1998, em que Fernando Henrique defendia a proposta do deputado Miro Teixeira (PDT/RJ), de convocação de uma Constituinte restrita para acelerar três reformas: tributária, política e judiciária.

Em aparte, o senador Álvaro Dias (PSDB/PR) comentou que FHC e o pré-candidato do partido à Presidência da República, Aécio Neves, reconheceram a “posição equivocada” do passado. “Eles reconheceram isso”, disse o tucano. Jorge lamentou que Dias estivesse “abandonando” o ex-presidente. O petista comentou que respeita Fernando Henrique como um dos responsáveis pela estabilidade econômica conquistada pelo país nos anos 90 do século passado. “Uma pena, senador Álvaro Dias”, afirmou.

Mais cedo, Dias havia condenado a proposta de Dilma, da tribuna do Senado. “Ela anuncia a reforma política com outro viés, na esteira do sistema bolivariano, que significa certa ameaça autoritária, que autoriza a supor a hipótese do golpe para superar um impasse”, atacou. O tucano disse que o plebiscito era desnecessário. “É um desperdício de recursos, de tempo, da energia da classe política e do povo brasileiro”.

Jorge Viana insistiu que o Congresso não pode ser esquivar da responsabilidade de abrir os debates para a reforma política. “Vamos ver o que cabe a nós fazer para tirar a reforma política”, disse. “Essa é nossa obrigação, a responsabilidade é nossa”.
O vice-presidente do Senado fez um apelo para que os líderes da oposição e da base governista sentem-se para dar início ao debate, que pode ser uma resposta à pressão da juventude e das pessoas que estão nas ruas, protestando contra os políticos. (Assessoria Parlamentar)

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