O secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Nílson Mourão, entregou na tarde de ontem um requerimento à Polícia Federal com questionamentos sobre a conduta da instituição referente ao caso do vice presidente do Senado, Jorge Viana, e do desembargador Pedro Ranzi.
Em uma possível conversa entre as 2 autoridades no aeroporto, delegados da PF tornaram o conteúdo da discussão em um relatório oficial.
Nilson Mourão aponta irregularidades na ação da PF e na atitude da desembargadora Denise Bonfim, que utilizou o documento da instituição contra a continuidade do desembargador Pedro Ranzi no processo.
“Considero este um ato literalmente de espionagem, que foi usada contra o senador Jorge Viana e um desembargador do Tribunal de Justiça. Com esse requerimento, idealizamos evitar a tentativa de tornar o Brasil um país policialesco, um lugar onde as pessoas não podem conversar. Defendo que qualquer pessoa tem o direito de tratar qualquer assunto com qualquer pessoa quando bem entender, desde que não use de violência contra ninguém. Portanto, um senador e um desembargador podem tratar de qualquer questão, inclusive da Operação G-7, se for o caso”.
O secretário também denuncia um possível envolvimento da Polícia Federal com o Partido da Social Democracia do Brasil (PSDB). “Creio que a PF, neste caso especificamente, foi arbitrária e abusou da autoridade que tem. Se eles têm interesse em fazer investigações sobre todos os fatos que acontecem aqui, é no mínimo desconcertante que a cúpula do partido político PSDB tenha ido visitar a relatora do processo dentro da dependência do Tribunal de Justiça e a PF não tornou isso público”.
Após a manifestação da PF em relação ao requerimento, o presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Nílson Mourão, pretende convocar uma nova reunião do conselho e decidir qual será o próximo passo.