O Ministério da Saúde (MS) trabalha na ampliação de recursos para garantir a manutenção e o investimento da rede de assistência do Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A verba repassada atualmente pelo órgão a estados e municípios terá um acréscimo de 19%. No Acre, o recurso para custeio da Rede de Atenção às Urgências, que hoje é R$ 8,3 milhões, passa para R$ 9,3 milhões. A medida visa garantir um atendimento rápido e eficaz à população.
De acordo com a coordenadora geral do Samu, Lúcia Carlos, que é um componente da rede, a antiga verba não era suficiente para manter o serviço 24h. Além dos R$ 12 mil recebidos do MS por cada via-tura de Suporte Básico, havia as despesas com contratação de técnicos, motoristas, manutenção preventiva e corretiva de todos os equipamentos e materiais de consumo. “Apesar disso, desde que começamos com o Samu no Acre, nunca teve um dia que tivéssemos dito que iríamos interromper os serviços por falta de médico. Trabalhamos dentro dos critérios exigidos na portaria”.
Com este novo repasse, há um incremento de recursos, como a unidade de suporte avançado. Cada estação teve um aumento, devido à necessidade de manter um serviço de urgência de 24h. “Essa rede tem que trabalhar em plena harmonia, integrando todos os componentes. O ministério está estudando cada um deles, para estruturá-los com qualidade”, garante Lúcia.
Segundo a coordenadora, atualmente um projeto passa pela análise técnica dos consultores do MS, em Brasília. A discussão é avaliada por um grupo condutor de urgência, que definirá as ações a serem implantadas na rede. O projeto prescreve, por exemplo, a criação de mais Unidades de Prono Atendimento (UPAs) no Estado. Além disso, a aquisição de 6 viaturas de intervenção rápida apropriadas para entrar em ramais e locais de difícil acesso. Estes automóveis serão destinados a Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Sena Madureira e Assis Brasil.
“Os veículos estão em processo de contratação e de seguro. Acredito que até setembro eles já estejam em pleno funcionamento. A cada ano estamos ampliando ainda mais os serviços. Trabalhamos a descentralização das bases. Todos os anos evoluímos para um processo de qualidade”.
Atualmente, 32 unidades móveis de urgência atendem o Estado, exceto os locais onde não existe o acesso terrestre, como Santa Rosa e Jordão. Mas eles já possuem a garantia do frete de uma aeronave para buscar algum paciente com a equipe médica de resgate.
Com o objetivo de reduzir as mortes e as sequelas, o Samu vem realizando um trabalho singular em todo o país. No entanto, apesar deste esforço, a equipe enfrenta alguns problemas na entrega dos pacientes aos hospitais públicos, denuncia Lúcia Carlos. Segundo a coordenadora, os atendentes de portaria de alguns locais da saúde dificultam o atendimento de pessoas necessitadas. “O nosso pessoal acaba em atrito com eles, pois temos uma prioridade máxima, que é proteger a integridade física dos pacientes. Mas isso não é nada que não possamos resolver internamente. Nunca ninguém ficou prejudicado por conta deste problema”, garante.