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Acreanos avaliam PL que pode obrigar motociclistas a usar colete com airbag

Motociclista  colete com airbag - OL O 1º passo já foi dado para que o Projeto de Lei do Senado, que obriga condutores e passageiros de motocicletas no Brasil a usar colete com airbag, seja aprovado. A proposta já passou pela 1ª comissão oriunda de um substitutivo da senadora Ana Amélia (PP/RS), na última quarta-feira, 3. O projeto ainda deve ser avaliado por pelo menos outras 2 comissões na Casa. Se aprovado, ele seguirá para a Câmara dos Deputados.

 No Acre, a notícia foi recebida com desconfiança pelos motociclistas. Segundo o mototaxista José Américo, antes que a medida seja aprovada por definitivo, é preciso que haja uma comprovação de que o instrumento é realmente necessário. “A gente tem que ver como é esse airbag, para saber se há mesmo a segurança. Caso seja viável, usaremos. Porque não é só jogar um produto, que eu nem sei se é realmente uma segurança a mais e também barato”.

 Raimundo Silva trabalha como mototaxista há 13 anos. Ele relata que já vivenciou muitos avanços para a categoria, mas que talvez um colete com airbag não seja uma ação tão certeira. “

 “A gente acha ruim, porque quando tem um negócio desses, exploram muito o preço. O colete que os mototaxistas usam hoje custa R$ 100. Imagino que um com airbag irá custar no mínimo R$ 300. Aí fica difícil para fazer a compra”, reclama.

 Para a diretora geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/AC), Sawana Carvalho, o projeto é válido. De acordo com a gestora, o objeto serviria como um instrumento de proteção para a vida do condutor de moto.

 “A motocicleta é um veículo frágil. Este colete virá para fazer a proteção do motociclista em um impacto, colisão ou queda. Da mesma forma que o airbag protege o condutor e os passageiros de um carro, esse colete protegerá a vida do condutor da moto. Hoje, no Acre, 67% das vítimas fatais de acidente de trânsito são motociclistas. Tínhamos um quadro no ano passado em que apontava os condutores de motos como vítimas. Eles não causavam os acidentes. Hoje se inverteu. Em 2012, comparando com 2011, aumentou mais de 15% a frota de motos no Estado. Aumentou também mais de 18%, o número de habilitados na categoria A”.

 A diretora aponta as facilidades na compra de veículos como responsável pelo crescimento da frota no Acre. “O desenvolvimento econômico do Estado, o incentivo para a aquisição do veículo próprio, através da redução dos impostos pelo Governo Federal, veio fazer com que cada cidadão tenha a sua moto. Isso aumenta a frota, aumenta a circulação de motocicleta, aumenta o número de habilitados na categoria A, e com certeza os acidentes”.

 Ainda assim, Sawana revela que os dados coletados recentemente pelo Detran/AC apontam uma redução de 20% no número de acidentes com e sem vítimas. “Se levarmos em consideração que todo o dia a frota aumenta, nós estamos conseguindo alcançar o objetivo, que é preservar a vida, por meio das mensagens de educação no trânsito, do trabalho realizado junto à Engenharia de Trânsito, como também com a fiscalização”.

 O texto aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) estabelece que os motociclistas tenham prazo de 3 anos para adaptação do colete com airbag. Caso a obrigatoriedade passe a ser válida, o Detran/AC teria que realizar reuniões com o Sindicato dos Motofretistas, além de ter o apoio das revendedoras do equipamento.

 “Teríamos de saber se as revendedoras estão adaptadas. Eu não tenho o conhecimento de que existam muitas empresas homologadas pelo Immetro, com esse tipo de colete com airbag.  Por isso é um estudo com prazo de 3 anos, caso o projeto seja aprovado”, resume Sawana.

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