O Governo Federal lançou ontem, através de uma medida provisória assinada pela presidenta Dilma Rousseff, um pacote de medidas para fortalecer a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país. Entre elas, o maior destaque foi o polêmico programa ‘Mais Médicos’. Tal iniciativa vai viabilizar a ampliação da presença de médicos estrangeiros em regiões carentes destes profissionais, incluindo municípios de interior e áreas periféricas de grandes cidades.
O programa oferece uma bolsa federal de R$ 10 mil, mais ajuda de custos, para médicos que atuarão na atenção básica da rede pública de saúde, sob a supervisão de instituições de ensino. Os profissionais assinam contrato de 3 anos, para atuar apenas na rede pública de Saúde.
O cenário motivador para tal programa é que os 22 estados estão abaixo da média nacional, sendo que 6 deles têm menos de 1 médico para cada grupo de mil habitantes.
No Acre, a medida (que foi requisitada pela Frente Nacional dos Prefeitos) não foi bem aceita pela categoria. Ela gerou até uma paralisação dos médicos locais, na última semana. Os médicos daqui, além de questionar a qualificação profissional e a falta de compromisso dos médicos estrangeiros, também criticaram a preferência do Governo Federal em optar por contratar os profissionais de fora, ao invés de chamar os de naturalidade brasileira.
Neste sentido, o professor de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba), José Tavares Neto, disse, em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, que já coordenou no Acre um projeto com médicos vindos de Cuba. E contou mais. O professor detalhou que os médicos cubanos tiveram muita dificuldade com a adaptação e com a língua dos acreanos.