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Médicos do Acre anunciam greve geral por tempo indeterminado, na próxima terça

 Os médicos do Acre decidiram deflagrar greve geral por tempo indeterminado a partir do próximo dia 23, após uma assembleia realizada na última segunda, 15. Apenas os serviços de urgência e emergência serão mantidos. Dentre as principais reivindicações estão a elaboração de um Plano de Carreira de Estado, a contratação de médicos efetivos por meio de concurso público e a melhoria nas condições de trabalho para os profissionais do interior.

 No Acre existem aproximadamente 820 médicos, afirma o presidente do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed), José Ribamar Costa. Segundo ele, todos os estados entraram em acordo em relação às pautas.

 “Queremos a análise da medida provisória 621 – Mais Médicos para o Brasil – e a pauta dos profissionais que atuam no Acre, que está sendo discutida desde 2010. Não tivemos sucesso. Então, a nossa reclamação é com esta falta de nego-ciação com o governo esta-dual. O movimento nacional coincidiu com o da nossa região. A medida provisória 621, por exemplo, foi tomada pelo Governo Federal sem consultar as entidades relacionadas à Saúde. Esta ação diz que serão abertas 11 mil vagas para o curso de Medicina, mas se esquecem de ampliar a estrutura para receber esses acadêmicos”.

 O presidente do sindicato se diz a favor apenas da manutenção do Exame Nacional de Diplomas Médicos (Revalida), que é aplicado para estudantes de Medicina do 6º ano. O teste criado em 2011 avalia médicos estrangeiros ou brasileiros que cursaram Medicina fora do Brasil sobre o SUS.

 “Somos contra a revalidação automática. Consideramos um risco para a população um médico estrangeiro passar a clinicar no país sem ter uma avaliação criteriosa da sua equivalência curricular. Somos a favor da manutenção do Revalida”.

 Ribamar denuncia que em alguns locais do país a situação na Saúde está crítica. Mesmo com todos os médicos em serviço, é quase impossível atender as demandas. A greve poderia causar muitos transtornos neste sentido.

 “O problema não é a falta de médicos. Na verdade, há uma má distribuição deles no Brasil. Precisamos de mais equipamentos, mais medicamentos, mais ambulâncias, e essa infraestrutura dará melhores possibilidades dos médicos executarem um bom trabalho para os seus pacientes. Corremos risco biológico, físico e químico. Portanto, todos os profissionais da saúde que tem contato com doenças como Tuberculose podem contrair doenças. Isso deve ser levado em consideração”.

 No último movimento realizado no dia 3 de junho, os médicos de todos os estados brasileiros pararam. Ribamar promete que desta vez não será diferente. No entanto, caso uma medida seja tomada por parte dos governos estadual e Federal, a suspensão da greve geral poderia ser avaliada.

 O sindicalista justifica que as ações a serem tomadas pela categoria visam o bem maior da população e não somente dos profissionais da área. “O movimento do Estado do Acre busca também a melhoria do atendimento de qualidade para a sociedade. Nós estamos colhendo assinaturas para o projeto de lei de iniciativa popular, que passaria 10% das receitas correntes brutas da União para a saúde. Precisamos de 1 milhão e 500 assinaturas. Até agora já conseguimos 250 mil”, informa.

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