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Moradores do Parque são ameaçados por baderneiros de carro

 O lar das pessoas deveria ser um ponto de refúgio e descanso. Mas para os moradores do bairro Ipase, esta realidade está longe de acontecer. Na madrugada da última terça-feira, 16, um motoqueiro (ainda não identificado) disparou 5 tiros contra uma casa, localizada na Rua Coronel João Donato, próximo ao Parque da Maternidade. Havia 3 pessoas dormindo no local no momento do atentado. Porém, ninguém se feriu.

 Rachas, bebedeira, gritaria, consumo de drogas, orgias e som alto durante a madrugada são algumas das situações que os moradores do Ipase precisam enfrentar. As ocorrências se intensificam nos dias de evento na cidade. Pequenos grupos se formam em várias partes do Parque da Maternidade, em torno de carros com som automotivo, sem respeitar os habitantes do local.

 De acordo com um dos moradores da casa atingida pelos 5 tiros, que prefere não ter o nome revelado, há 2 anos essa situação vem sendo constante na vida dos vizinhos. Ele afirma saber quem comandou os disparos e que, infelizmente, as intimidações continuam em frente à casa dele. “Acredito que a motivação para o tiroteio tenha sido uma solicitação que eu fiz aos baderneiros na semana passada. Fui até o local, na Rua João Donato mesmo, pedir para que baixassem o volume do som, pois a minha família precisava dormir. O dono do carro só esperou eu dar as costas para voltar a aumentar a música. Ele também me ameaçou. Um dia após o tiroteio, eles voltaram na rua e queimaram pneus em frente à minha casa, na tentativa de me intimidar”.

 A vítima conta que o caso foi levado à polícia, mas que até o momento nada foi resolvido. “Essa não foi a 1ª denúncia. Se alguém fizer uma busca nos registros da delegacia, verá as inúmeras ligações e queixas. O atentado foi apenas a concretização do que temíamos. Mas, sinceramente, não vejo o esforço das autoridades para extinguir esse tipo de violência contra a gente”, critica.

 Para evitar novos ataques, o morador instalou câmeras de segurança na residência. Outras casas da Rua Coronel João Donato já seguem o exemplo. O medo é um companheiro constante. “Quem faz isso não tem nada a perder, não tem noção das consequências. A nós, gente de bem, basta esperar que a justiça seja feita, antes que algo pior aconteça”, desabafa.
Os baderneiros identificados pelos moradores são pessoas de classe média, com carros caros. Geralmente procuram os acostamentos das ruas perto do Parque da Maternidade após uma festa. A prova das denúncias são as inúmeras garrafas de cerveja quebradas nas calçadas. Já em alguns casos, as reuniões barulhentas começam a partir das 17h, podendo se estender até às 6h da manhã do dia seguinte.

 O jornalista Eduardo Duarte, morador do bairro Ipase, reclama da omissão das autoridades policiais a respeito do assunto. Ele denuncia diversas infrações cometidas pelos vândalos no local. “Eles não respeitam a lei que determina o volume adequado para o som depois de certa hora. Uma breve caminhada pelo parque é possível perceber as marcar de pneus no chão da rua. A gente liga para o Ciosp e para o 190, mas não somos bem atendidos. Eles demoram e às vezes nem mandam a viatura. Resumindo, destratam a gente no turno da madrugada. O bom seria aumentar a ronda e o policiamento perto da Rua Cel. João Donato, onde essa ação é mais intensa”.

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