Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Professores: reajuste de 15% é debate em novembro

 Em assembleia realizada ontem, os trabalhadores em Educação decidiram acabar com a greve que já durava 34 dias. O reajuste de 15% pleiteado pelos educadores não foi concedido pelo Governo. Foi adiado para 2014, mas as discussões sobre como será efetivado o benefício reiniciam em quatro meses.

 Prevaleceu o que o secretário de Estado de Educação, Daniel Zen, já havia adiantado ao leitor de A GAZETA. “Em 2013, não será possível dar nem 15 por cento, nem 2 por cento, nem meio por cento”, disse Zen, durante um dos momentos mais tensos das negociações com os sindicatos.

 O período de paralisação é contabilizado pela Secretaria de Estado de Educação como 20 dias letivos aproximadamente. A partir de agora, cada escola refaz o calendário escolar e apresenta para aprovação da SEE.

 Há ganhos pontuais para os trabalhadores em Educação, contabilizam os sindicatos. Já a partir de janeiro, efetiva-se a “puladinha extra de letra” para todos servidores da Educação. “A ‘puladinha extra’ resolve tanto uma parte da questão salarial quanto a do reenquadramento”, analisa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, João Sandin.

 Em maio, realiza-se o “reenquadramento”, que possibilita a progressão automática na carreira dos educadores prejudicados pela elaboração de PCCR’s anteriores. Outro benefício contabilizado tem relação direta com os professores provisórios. Passam a receber 90% do salário do professor efetivo, cujo piso gira em torno de R$ 2,1 mil.

 Para o presidente do Sinteac, a greve trouxe ganhos reais ao trabalhadores. “Foi um movimento vitorioso”, avalia Sandin. “A data dos benefícios não foi o que nós queríamos, mas eu tenho que trabalhar sem enganar a categoria”.

 O presidente diz ainda que é preciso saber avaliar os momentos e fazer as reivindicações no momento e no tom adequado. “Há momentos em que temos que recuar agora para avançar mais na frente”.

 Quase como uma consequência da decisão dos trabalhadores em âmbito estadual, a greve do município de Rio Branco também se encerrou. A presidente do Sinplac, Alcilene Gurgel, foi procurada pela equipe de A GAZETA, mas não retornou até o fim da edição.

Movimento “Acorda, Educação!” quer debate sobre reajuste para setembro
 O movimento “Acorda, Educação!”, criado em função do descontentamento de alguns educadores com a condução das negociações por parte dos dois sindicatos da classe, já pressiona pela antecipação do debate sobre o reajuste de 15%.

 “Nós vamos fazer as negociações sobre o reajuste para 2014 em setembro e não em novembro”, adianta a professora e uma das líderes do movimento, Maria do Perpétuo Socorro Pereira Gonçalves.

 Em nota divulgada ontem à tarde, a Secretaria de Estado de Educação reforça a informação de que as negociações sobre reajuste serão retomadas em novembro “a medida que o comportamento das receitas confira maior segurança quanto as projeções para o orçamento de 2014”.

 O movimento “Acorda, Educação!” conquistou o espaço de debate permanente com os gestores públicos por meio de uma comissão de educadores com a proposta de tornar as decisões “mais próximas do trabalhador em educação”, sugerindo algum distanciamento das esferas sindicais.

 A educadora Maria do Socorro Pereira Gonçalves refuta a especulação de que estaria sendo cotada para disputar as eleições do Sinteac. “Essa mentira é uma forma de desacreditar nosso movimento, que é legítimo”, bronqueia Gonçalves. “Não sou candidata”.

Sair da versão mobile