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“As manifestações deram uma oxigenada no parlamento”, diz deputado Luís Tchê

  O deputado José Luís Tchê falou, em entrevista coletiva à imprensa, sobre a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentá-rias (LDO), aprovada na última quarta-feira, 10, em uma sessão extraordinária tumultuada e exaustiva. De acordo com o deputado, o parlamento acreano deve ter uma postura mais ‘independente’.

  “Acredito que, pelo menos, nós sentemos e dialoguemos. O negócio aqui está tão fácil que não é necessário sentar para discutir. Sempre defendi o fortalecimento desta Casa, mas parece que não adianta”, desabafou o parlamentar.

  Ele avaliou o desempenho da Mesa Diretora. Tchê afirmou que o deputado Élson Santiago (PEN) deveria ter uma postura de um estadista. Entretanto, o que se vê são defesas ao Executivo, o que, na visão dele, enfraquece o Parlamento.

  “Penso que a Mesa deveria deliberar em conjunto. O sistema presidencialista detém o poder nas mãos de alguns. O presidente deveria ser um estadista e às vezes ele [Santiago] se faz de líder do governo. Não que eu tenha nada contra o nosso presidente, mas posso emitir a minha opinião. Faz parte da democracia”, continuou o pedetista.

  Tchê salientou, também, que as manifestações populares nos últimos dias têm sido positivas para o Legislativo acreano. “Veja que era poucos os deputados que se manifestavam. Isso mudou. As manifestações deram uma oxigenada no Parlamento”.

  O deputado sugeriu que fosse criado um teste de avaliação de desempenho para que um parlamentar possa concorrer à reeleição. Se não atender aos quesitos de avaliação, não poderia ser reeleito. Ele acredita que assim haveria um estímulo há mais para que os deputados tenham maior compromisso com o a Casa.

  Quanto aos projetos aprovados no Legislativo e a sua demora na execução, o pedetista reclamou que a CPI da Telefonia aprovada a quase 60 dias não entrou em funcionamento ainda. Ele lamenta a demora e diz que recebe diariamente ligações de outros parlamentos cobrando o andamento da CPI.

  Ele, que é presidente do Parlamento Amazônico, que envolve os 9 estados da Amazônia Legal, afirma que cada Casa Legislativa está responsável por levar propostas de desenvolvimento para seus estados. No Acre, ele formula a ideia de estender a área de livre comércio não só para os municípios fronteiriços, mas também para Rio Branco. Ele acredita também que a agricultura, com o aumento da produção de mandioca para produção de fécula, seria outro forte do Estado.

  Tchê propôs uma reforma administrativa no Executivo. Porém, ele afirma que agora é complicado, pois o governo já está em andamento, mas ressaltou que o próximo governo deverá fazer uma reforma para enxugar a máquina administrativa.

  Questionado sobre os empréstimos, o parlamentar foi pontual: “eu era contra os empréstimos. O problema é que não existem recursos. Eu aposto no poder de endividamento do Estado”, afirmou.

Categories: POLÍTICA
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