Raimundo Bento dos Santos, mas pode chamar de ‘Seu’ Bento. Aos 56 anos, o professor de inglês e português nascido no município de Sena Madureira, interior do Acre, quer quebrar os próprios limites e desafiou a si mesmo: vai correr 160 km na categoria entre 55 a 60 anos, na Ultramaratona de 24 horas, programada para os dias 4 e 5 de outubro no Rio de Janeiro.
Em maio deste ano, participou de um evento parecido na capital acreana e agora foi convidado por um amigo corredor (César Endurance) para disputar a maratona no Rio. Morando em Rio Branco, Seu Bento conta que sempre praticou esporte, mas decidiu se dedicar mais ao atletismo após uma crise emocional.
“Desde os 12 anos jogava bola, sempre fui um atleta. Há oito meses passei por uma crise emocional, procurei a academia e levantei minha autoestima. São 24 horas, com intervalos de 15 minutos a cada três horas, e pretendo correr 160 km. Os vencedores da prova vão fazer cerca de 250 km, no mínimo. Na esteira você tem mais conforto. Na maratona não”, explicou.
Aos 56 anos e de bem com a vida, Seu Bento tem uma rotina pesada de treinos. De segunda à sábado pela manhã, sempre acompanhado por um profissional de educação física, faz um trabalho de duas horas diárias na academia. À noite, realiza um ‘trote’ leve de cerca de 1h20min. Aos domingos, nada de descanso. Com um grupo de amigos, correm de Rio Branco a municípios vizinhos – entre 30 e 70 km.
Pela primeira vez, o acreano vai participar de uma corrida tão longa e cansativa. Um desafio e uma oportunidade de mostrar para quem ainda duvida que limites são meros detalhes quando o assunto é esporte.
“Para mim, é um sonho. Conhecer novas pessoas, uma aventura muito forte para comprovar minha resistência e superação. Tem um monte de gente da minha idade ruim da saúde. Esporte é sair de uma rotina de vida e também um aspecto terapêutico. O mundo chama por pessoas que pratiquem atividades. Isso me torna uma pessoa mais positivo e agradeço a Deus por ter essa oportunidade”, completou.
Após a Ultramaratona no Rio, Seu Bento pretende continuar no atletismo e sonha em participar das principais corridas do mundo. Diante de tamanha superação, os títulos ficam em segundo plano. (João Paulo Maia / Globoesporte.com)
