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5ª Conferência de Saúde Indígena define 35 propostas para melhorias nas aldeias do Acre

Conferência indigina- 1 OL  Após três dias de intensos debates, a 5ª Conferência de Saúde Indígena Distrital do Alto Rio Purus, definiu ontem (1º) as 35 propostas que serão levadas para a Conferência Nacional que será realizada de 26 a 30 de novembro. Entre as reivindicações estão o plano de cargos e carreira para servidores, aquisição de medicamentos e o atendimento na média e alta complexidade.

 Para levar saúde as comunidades indígenas, o Acre foi dividido em dois distritos, o Alto Rio Juruá e o Alto Rio Purus. Na semana passada foi realizada a conferência do Alto Rio Juruá. O distrito do Alto Rio Purus abrange três estados, são eles: Acre, Rondônia e Amazonas. E sete municí-pios acreanos. Abrangendo mais de 10 mil pessoas.

 A assessora da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Bianca Coelho, destaca que conferência aconteceu em três etapas, a local a distrital e a nacional. E a participação da comunidade, trabalhadores e gestores foi fundamental para discutir e elaborar propostas para melhorar as políticas de saúde indígena.

 “Eles avaliam a atual política e propõem novas diretrizes, modificações delas ou inclusão de itens para subsidiar a elaboração do plano de saúde nacional de saúde dos povos indígenas. A conferência é uma avaliação geral da qual a comunidade participa ativamente na elaboração das novas propostas. Foram muito ricos os debate que ocorreram nos grupos de trabalho”, destaca Bianca.

 Bianca confirma que por ser um povo muito aguerrido, estão muito atentos sobre a forma que o Governo Federal vai atender as reivindicações.

 Na ocasião também foram escolhidos os 24 delegados, 12 usuários indígenas, seis gestores e seis trabalhadores que defenderão as 35 propostas locais que serão levadas para Conferência Nacional.

 O coordenador do Distrito Sanitário Alto Rio Purus, Raimundo Costa, confirma que 98% dos delegados compareceram a todos os momentos da conferência, o que já é uma grande vitória.
“Com as propostas de melhorar a saúde indígena também melhoramos a qualidade de vida dessa população. Avaliamos que nosso objetivo foi alcançado já que pela primeira vez uma conferência recebe as propostas da base, ou seja, do usuário desse sistema que sabe melhor que ninguém o que deve ser mudado e melhorado”, destaca.

 Participaram da conferência representantes das etnias: Apurinã e Jamamadi em Boca do Acre,  Kaxarari em Extrema, Manchineri e Jaminawa em Assis Brasil, Jaminawá em Sena Madureira, Kulinas em Manoel Urbano e Kaxinawa, Kulina e Jaminawá em Santa Rosa do Purus.

 “A participação deles é fundamental para a defesa dos costumes, realidades locais, especificidades de cada uma”, confirma o coordenador.

Dificuldades
 O coordenador do Distrito Sanitário Alto Rio Purus, Raimundo Costa, destaca que existe ainda muita dificuldade é no atendimento diferenciado nas unidades de referências em Rio Branco. Os indígenas esperam consultas e exames por até 30 dias fora da aldeia.

 “Estou tentando articular com a secretária de Saúde, Suely Melo e com o superintendente do Hospital das Clínicas, Carlos Eduardo Alves, para reduzir o tempo de espera dos indígenas pelos serviços de saúde”, afirma Raimundo.

 Quando um indígena sai da comunidade é prejuízo na certa, destaca o coordenador. “Os índios são sensíveis e ficam ainda mais quando deixam sua rotina. Algumas etnias para onde vão tem que levar a família inteira, mas essas dificuldades não acontecem só aqui, e sim em todo o país”, concluiu Raimundo Costa.

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