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Bárbara Heliodora: crianças morrem após incêndio, mas direção nega relação com incidente

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 A Secretaria Estadual de Saúde confirmou a mortes de duas crianças após a transferência das pacientes durante o incêndio na Maternidade Bárbara Heliodora, na noite da última quarta-feira (7). Mas, negou que incidente tenha relação com os óbitos. O quadro clínico das crianças, uma de seis meses e outra de quatro dias, já era grave, inclusive as respectivas famílias já tinham sido avisadas.

 O secretário adjunto de Atenção à Saúde do Acre, José Amsterdam Sandres, destacou que durante o transporte não houve um momento sequer que tenham faltado oxigênio aos pacientes.

“Diante do quadro, muito possivelmente, as crianças teriam ido a óbito mesmo que tivesse acontecido a transferência delas”, confirma o secretário adjunto.

 A gerente geral do Sistema Assistencial à Saúde da Mulher e à Criança (SASMC), Lorena Rojas, ressaltou que está sendo oferecidas as famílias todo o suporte necessário para sepultamento das crianças.

“Os outros pacientes transferidos continuam a ter o mesmo atendimento, caso estivessem na maternidade”, confirmou a gerente.

A diretora da UTI Pediátrica, Dra. Socorro Elisabeth Rodrigues de Souza destaca que antes da transferência o bebê de seis meses tinha tido três paradas cardíacas. “Essa criança foi transferida para a UTI do Pronto Socorro, deu entrada na unidade hospitalar apresentando um caso grave de Cardiopatia Congênita e Cianose, também conhecida como bebê azul”, explicou.

“A criança apresentava um caso muito grave de Cardiopatia Congênita e que, apesar de todo o esforço da equipe médica, foi se agravando a cada dia, infelizmente a criança não resistiu ao problema de saúde e veio a óbito”, disse Socorro Elizabeth.

No caso do outro bebê, a Dra. Maria do Socorro Avelino, explica que ele era nasceu prematuro e com muitos problemas de saúde. “Inclusive a mãe continua internada na unidade semi-intensiva. Desde que nasceu ele não teve um dia de estabilidade no quadro clínico dele. Tentamos tudo, mas ele não respondia aos tratamentos”, confirmou.

Dra. Maria do Socorro Avelino, lembra que a transferência de bebês acontece também para a realização de exames e o que aconteceu na última quarta-feira não determinou o óbito dessas crianças.

Divulgação das mortes

 O óbito de uma das crianças não foi divulgado na coletiva realizada na manhã de quinta-feira (8), segundo a gerente, por não ter sido comunicada e também por nesses casos, existe o cuidado de comunicar e preservar as famílias. Os óbitos ocorreram por volta das 9h de quinta-feira (8) e às 1h30 da manhã desta sexta-feira.

Funcionamento da Maternidade

 A previsão de retorno a Maternidade dos pacientes transferidos é que seja realizado na próxima semana. Enquanto isso, a unidade recebe e transfere, no caso de partos, para o Hospital Santa Juliana. “Estamos providenciando uma sala para a realização de curetagens”, confirma a gerente geral do Sistema Assistencial à Saúde da Mulher e à Criança (SASMC), Lorena Rojas.

Nota de Esclarecimento

 A Secretaria de Saúde do Estado do Acre (Sesacre) vem a público esclarecer os fatos que culminaram nos óbitos de duas crianças, ocorridos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (HUERB) e na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTI) do Hospital Santa Juliana.

 Com base nas declarações da equipe médica que acompanha as crianças, confiamos que não houve ligação entre as mortes e o incidente do princípio de incêndio ocorrido na Maternidade Bárbara Heliodora na noite de quarta-feira, 7.

 Mantido contatos com os médicos, eles esclareceram que o caso da criança de seis meses de idade era extremamente grave, pois a menina sofria de uma cardiopatia congênita, conhecida como “bebê azul” (cianose). Ela foi acompanhada pelo médico cardiopediatra Ricardo Ribera, que informou que a família tinha ciência da gravidade da sua saúde.

 O outro caso foi o do bebê de quatro dias de idade, que já nascera com um grave quadro de saúde: infecção congênita grave, hidropsia (acúmulo de líquidos no corpo), edema generalizado, coagulação intravascular disseminado (o que causava hemorragias constantes e perda de muito sangue), acidose metabólica (excesso de acidez no sangue caracterizada por uma concentração anormalmente baixa de carbonatos) e insuficiência renal.

 A mãe do bebê está internada na Unidade de Tratamento Semi-Intensivo da Maternidade Bárbara Heliodora, com um quadro de infecção grave, porém estável.

 Ainda de acordo com a equipe que acompanha os casos das crianças transferidas, os quadros de todas são estáveis, mas merecem toda a atenção e dedicação dos profissionais em saúde.

 A Sesacre, por meio da sua equipe de médicos, reitera o compromisso com o melhor atendimento aos pacientes e lamenta as perdas irreparáveis, solidarizando-se com as famílias.

Suely Melo

Secretária de Estado de Saúde

 

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