A Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) realiza um projeto de produção de biocombustível utilizando os resíduos de óleos e gorduras para beneficiar comunidades isoladas, principalmente de Rodrigues Alves, onde está implantada a Usina de Extração de Óleos Vegetais.
Para acelerar o processo, um equipamento responsável por fazer o craqueamento (quebra de moléculas) foi adquirido e uma equipe da Funtac está sendo treinada para utilizá-lo. A fase experimental teve início nesta semana com o residual do óleo produzido pelo Via Verde Shopping, em Rio Branco, e vai durar cerca de seis meses até que a técnica seja transferida para o município.
“A máquina tem capacidade para gerar até 100 litros de biocombustível por dia, e essa tecnologia será exposta para a comunidade que vai ser beneficiada por meio de treinamentos”, explicou Luiz Borges, do Instituto Militar de Engenharia, no Rio de Janeiro.
Segundo o diretor-presidente da Funtac, Luiz Augusto de Azevedo, tanto a população quanto o meio ambiente ganharão com a consolidação do projeto. “As comunidades vão ganhar por terem uma energia totalmente renovável, uma vez que o principal produto utilizado será o residual do óleo do murmurú, destinado ao mercado dos cosméticos, dessa forma, o meio ambiente também ganha porque esse mesmo óleo terá outra destinação”, salienta.
“Hoje em dia tudo que se faz tem que se levar em consideração as questões ambientais, e, por isso, nosso objetivo foi desde o princípio fazer o máximo para que o projeto seja algo autossustentável”, afirmou o químico da Funtac, Alcides Santos.
Até o próximo ano, a expectativa é de que o equipamento esteja instalado na Usina de Rodrigues Alves, que desde 2008 tem contribuído com a geração de renda para as famílias do Vale Juruá. O projeto tem a parceria da Universidade Federal do Acre (Ufac), Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro (IME – RJ) e Sociedade Agrícola Nova Cintra de Rodrigues Alves.