Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Suinocultura deve gerar receita de R$ 144 milhões ao ano

 O Acre tem mais uma meta ousada no setor produtivo: ter a maior empresa exportadora de carne suína – uma das mais consumidas no mundo – do Norte Ocidental. Para isso, está sendo consolidada mais uma parceria público-privado-comunitária na região do Alto Acre, envolvendo a produção, engorda e terminação de suínos – que, diga-se de passagem, nascem com o selo de uma das maiores detentoras de tecnologia de produção animal para suínos: a Agroceres Pic.

 A ideia é trabalhar toda a cadeia produtiva, a exemplo do que acontece com a agroindústria de aves. Dentro dessa meta, o governador Tião Viana lançou nesta segunda-feira na Comunidade São Cristovão, em Epitaciolândia, o Programa de Fortalecimento da Suinocultura Acreana. A parceria acontece entre a iniciativa pública (Governo do Estado), privada (Dom Porquito S/A) e comunitária (produtores unidos por meio de cooperativas).

 O secretário de Produção, Lourival Marques, explica que o investimento do governo nos galpões é de R$ 10,5 milhões, sendo R$ 190 por unidade. Cada produtor beneficiado entrará com contrapartida de R$ 48 mil, que serão financiados pelo Banco da Amazônia ou Banco do Brasil. “A meta é alojar até maio do próximo ano 17 mil suínos para abastecer o mercado. A suinocultura é uma atividade que o governo apostou desde o início do mandato. Quando o governo investe, o retorno vem para todos: ganham o produtor, o Estado e os municípios”, comentou.

 O programa de suinocultura será compartilhado entre a Secretaria de Produção e a Secretaria de Indústria e Comércio. O secretário Edvaldo Magalhães destacou a proximidade estratégica com os portos do Pacífico. “Hoje é um dia histórico para toda a economia do Acre. A demanda por comida cresce a cada dia no mundo, e temos mercado na América Latina e na Ásia, o maior consumidor mundial de carne de porco, esperando por essa produção. Estamos a 1,5 mil quilômetros do Pacífico, e isso nos torna competitivos”, disse o secretário de Indústria e Comércio.

 O governador Tião Viana está otimista com o investimento. “Estamos falando de R$ 144 milhões por ano quando o empreendimento estiver consolidado, só em suínos no Alto Acre. Temos que pensar no mercado exportador do Peru e da Ásia, na confiança do trabalhador rural, nessa parceria dos governos estadual e federal, na política de crédito e na implantação de tecnologias na produção de alimento. A carne de porco é a mais consumida no mundo hoje”, observou.

Produção de alimentos – O lançamento do programa de suinocultura aconteceu na propriedade de Mário Maffe, que, de olho na cadeia produtiva, está preparando 300 hectares de milho e 30 de feijão, e se prepara para o plantio de soja a partir do próximo ano, que é um componente importante da ração tanto para suínos quanto para aves.

 “A cada dia nascem novas pessoas, e todas precisam se alimentar. Investir em alimentos é a grande saída para o desenvolvimento econômico, e a nossa expectativa é ter mais uma alternativa de renda na propriedade, gerar empregos”, disse o produtor.

Produção rural – A empresa Dom Porquito deve alcançar rapidamente o número de 240 animais abatidos por dia, o que permitiria atender todo o mercado local com cortes e embutidos de suínos, além de exportar para Bolívia, Peru e Equador. A meta é alcançar em seguida os mercados de Hong Kong e China.

 Os deputados estaduais Manoel Morais e Geraldo Pereira elogiaram a iniciativa do governo. “O Estado tem investido no campo, e isso é que vai fazer o Acre desenvolver”, disse Morais. Pereira observou a preocupação em investir de forma integrada na cadeia produtiva, fortalecendo a economia e os pequenos produtores. “Há investimento em todos os elos da cadeia”, comentou.

 O senador Aníbal Diniz ressaltou a importância do setor produtivo não apenas para a economia, mas para o fortalecimento do produtor rural, que passa a ter novas alternativas de renda e melhores condições de vida. “O setor produtivo do Alto Acre está respondendo de forma positiva aos incentivos que o governo tem dado à produção e este novo empreendimento é uma prova disso. Tenho certeza que todas as famílias que aderirem ao programa vão multiplicar seus galpões em pouco tempo”, comentou.

 A deputada federal Perpétua Almeida também acompanhou o lançamento do programa de suinocultura. “Quando o governo investe e trabalha com seriedade, isso se transforma em dinheiro no bolso do trabalhador, da comunidade”, disse.

 O prefeito de Epitaciolândia, do PSDB, André Hassem, reconheceu o trabalho do Governo do Estado. “O governo tem sido parceiro, é o que mais investiu no município até hoje e está aqui constantemente. Quem ganha com isso é a sociedade e os produtores”, disse.

Polo de Suinocultura  – A implantação do polo de suinocultura em Brasiléia compreende a construção de 55 galpões para engorda dos suínos, que serão fornecidos pela unidade de produção de leitões da Dom Porquito. Também prevê a construção de um moderno frigorífico de processamento com capacidade de abate de 400 animais/dia.

 A previsão de investimentos é de R$ 40 milhões, entre recursos públicos e privados. A gestão do empreendimento será de responsabilidade da Dom Porquito, em mais uma parceria público-privado-comunitária. A Dom Porquito deve introduzir na economia local em torno de R$ 12 milhões/ano em salários, compra de milho para ração, compras no comércio e serviços.

* Hoje a capacidade de produção da Dom Porquito é de dois mil leitões/mês, mas será ampliada para 2,7 mil/mês.

* Produção atual de cevados (suíno pronto para abate): 630 animais com 135 quilos por semana, totalizando 85 toneladas de carne.

* Quando a planta industrial estiver operando em capacidade máxima, serão gerados 900 empregos diretos.

* Em capacidade plena, o faturamento será de R$ 144 milhões/ano.
 
Galpões
Os galpões de terminação terão capacidade para 240 a 350 animais, podendo chegar a 400, dependendo do peso estipulado. A média é de 112 toneladas de suíno vivo por galpão em média por ano. A renda média por galpão, mensal, é de R$ 1,4 mil a R$ 1,7 mil. Todos os galpões juntos produzirão mais de cinco mil toneladas por ano. (Tatiana Campos/Secom)

Sair da versão mobile