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Juíza ‘da Telexfree’ recebe novas ameaças de morte, mas diz que não se intimidará

 A juíza da 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco, Thaís Queiroz Borges de Oliveira Abou Khalil, revelou ontem (12), em entrevista concedida ao G1/AC, que está sofrendo novas ameaças de morte. A magistrada contou que, por causa da sua decisão, que bloqueou as atividades da Telexfree em todo o país há mais de 2 meses, ainda na metade de junho, muitas pessoas distribuíram ataques pessoais contra ela, na tentativa de desqualificá-la e de denegrir a sua imagem.

 Mas o pior dos ataques, na opinião da juíza, foram às ameaças contra a sua vida. As primeiras delas vieram no começo do processo contra a Telexfree, em especial quando as atividades da empresa foram suspensas. Já agora, quando o processo contra a Ympactus Comercial Ltda (nome da firma da Telexfree) foi mantido pela Justiça acreana e já passou para as esferas federais, a magistrada ainda segue recebendo ofensas e ameaças de muitos divulgadores insatisfeitos.

 As ameaças contra ele chegam de toda a parte: por e-mails, por redes sociais e até por telefones. Mas ela adianta que não se deixa abater por tais intimidações. Ao contrário, a magistrada também relatou ao G1/AC que o processo da Telexfree está bem adiantado, justamente por ser a prioridade atual na sua atividade de juíza.

 Além disso, ela está ‘tomando as devidas providências’ em relação aos ataques e às ameaças de morte que recebeu mais recentemente. Inclusive, as primeiras ameaças, sofridas em junho, já estão começando a serem elucidadas e seus autores responsabilizados.    

 De acordo com Nilton Boscaro, delegado da Polícia Civil responsável pelas investigações das ameaças de morte contra Thaís Borges Khalil, as investigações já estão bem avançadas. Ele detalha que as ameaças investigadas chegaram por meio eletrônico e que, por isso, agentes da Polícia Civil já estão trabalhando para ter acesso a alguns dados de suma importância para a comprovação e resolução do caso. “Com certeza descobriremos quem está proferindo essas ameaças e vamos combater”, completou Boscaro, convicto.

 Boscaro afirmou que a Polícia Civil é ‘intolerante’ em relação a intimidações de magistrados.

 Processos individuais contra a Telexfree – A juíza Thaís Borges Khalil também falou sobre o edital publicado no dia 5 deste mês, e a confusão interpretativa que ele tem causado. A magistrada diz que o edital informa, oficialmente, sobre a ação civil movida contra a Ympactus permite a intervenção individual dos divulgadores contra a empresa. De acordo com ela, esta intervenção individual na ação contra a empresa torna-se possível, mas não é obrigatória.

 Outra coisa que as pessoas estão pensando é que o edital dá margem para que entrem com ações na Justiça para tentar reaver seu dinheiro ‘investido’ na Telexfree. Só que a juíza atenta para um fato: antes de permitir o ressarcimento, a empresa tem de passar, primeiro, pelo julgamento da ação movida pelo Ministério Público do Acre (MP/AC).   

 “O Ministério Público ajuiza a ação como substituto processual, ou seja, ele representa todas as pessoas que têm interesse em ajuizar essa ação. O resultado final do processo, conforme o pedido do MP, é que haja a anulação do contrato de cada divulgador com a Telex-free e, por consequência, a devolução do dinheiro. Se o pedido do MP for acatado, haverá um momento de restituição, mas não é agora. O pedido ainda não foi apreciado”, esclareceu Thaís. (Com informações da reportagem de Tácita Muniz, Do G1/AC)

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