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No Dia do Caminhoneiro, categoria diz que profissão contina sendo estressante e de risco

caminhoneiroSetembro é um mês com 2 datas que homenageiam os caminhoneiros brasileiros: 16 de setembro é o Dia Nacional do Caminhoneiro e 19 de setembro é o Dia do Transportador de Cargas. Mas, infelizmente, a classe não tem muito o que comemorar. É o que afirma a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam). O Acre possui mais de 2 mil caminhoneiros.

São muitos os problemas que o setor enfrenta, como rotina extenuante (de até 16h por dia), estradas danificadas e que colocam em risco a vida dos motoristas, exclusão social e pagamento via carta-frete, uma moeda ilegal que circula nas estradas há mais de 50 anos, fazendo com que o caminhoneiro pague ágio em todas as compras feitas ao longo da jornada.

Dificuldades confirmadas pelo caminhoneiro Dejair Oliveira, 58 anos, que há 40 anos trafega pelas estradas brasileiras e há 35 anos leva e traz mercadorias para o Acre. “Sou de Goiás, mas passo mais tempo na estrada do que lá. Enfrentamos muitas dificuldades no dia a dia nas estradas, mas, além do problema da infraestrutura, temos problemas com roubos e furtos”, destaca o caminhoneiro.

No Brasil são cerca de 2 milhões de caminhoneiros. Destes, 1,2 milhões são autônomos e 800 mil empregados. Há mais de 2 anos, o governo sancionou uma lei proibindo o uso da carta-frete e tornando obrigatório o pagamento aos caminhoneiros por meio de depósito em conta corrente ou uso do cartão-frete eletrônico.

Com o cartão-eletrônico, o caminhoneiro pode comprar em qualquer posto de sua preferência pelas estradas e pagar o valor justo por cada produto. Com a carta-frete, o motorista pode parar só em locais pré-determinados pela transportadora, e é cobrado um ágio, por exemplo, no abastecimento do veículo ou compra de alimentos.

Em cada abastecimento é possível pagar R$ 70,00 a mais com a cobrança de ágio, um prejuízo que afeta o bolso do caminhoneiro e o do contribuinte. Por ano o país perde em torno de R$ 12 bilhões em sonegação de impostos, com o uso da carta-frete.

Um estudo da Coppead e Pamcary mostrou que ocorrem em torno de 90 mil acidentes nas estradas anualmente, provocando 12 mil mortes. Destas, 1/3 é de caminhoneiro. Além da fadiga, excesso de velocidade e estradas destruídas, outro fator importante é a frota antiga que circula.

Com o cartão-eletrônico ou depósito em conta o motorista passa a ter comprovação de renda e pode trocar ou reformar seu caminhão pelo programa Pro-Caminhoneiro, por exemplo, que facilita as condições de pagamento ao profissional.

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