O Sindicado dos Bancários do Acre decidiu deflagrar uma greve por tempo indeterminado, a partir de hoje. A determinação foi confirmada após uma assembleia geral realizada na tarde de ontem (18), reunindo 170 trabalhadores da categoria. Entre as reivindicações deles, se destacam o aumento salarial, melhorias para a saúde, segurança e condições de trabalho.
Na semana passada, o sindicato já havia se reunido para definir os rumos da greve. Na ocasião, os servidores rejeitaram a proposta dos bancos, que indicava índice de 6,1% sem aumento real para os salários. O mesmo reajuste foi sugerido para vales, auxílios, piso e PLR, que permaneceria no modelo atual.
Tal proposta, considerada ‘indecente’ pela classe, foi o principal motivo da paralisação, aponta o presidente do Sindicato dos Bancários no Acre, Edmar Batistela.
Ainda assim, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) alega que a Convenção Coletiva de Trabalho é ‘muito boa e que os bancários têm patamar elevado’.
Este pronunciamento revoltou o Comando Nacional dos Bancários. De acordo com o presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Carlos Cordeiro, o fato de essa avaliação ser positiva deve-se aos bancários e à luta deles, que nunca permitiram a retirada dos direitos.
Segundo os trabalhadores, a proposta da Fenaban não põe fim às metas abusivas, às atuais condições de trabalho e ao fim das demissões ou mais contratações para reduzir a sobrecarga de trabalho.
O Sindicato dos Bancários do Acre revela que os bancos lucraram aproximadamente R$ 30 bilhões, no 1º semestre deste ano. Mesmo com números positivos, nenhuma proposta válida foi apresentada aos trabalhadores.
A categoria alega que as reivindicações não estão fora da realidade do setor. Eles apontam que o crescimentos dos 6 maiores bancos do país foi de 18,2%, comparando o 1º semestre de 2013 com o mesmo período de 2012.
Entre as propostas aceitas pelos bancos estão: a redução do prazo de apuração do instrumento de combate ao assédio moral para 45 dias; a criação de um grupo de trabalho para análise das causas dos afastamentos por doença ocupacional no setor; e a realização de um seminário para discutir as mudanças tecnológicas nos bancos.
Em pauta, os trabalhadores ainda buscam reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação); PLR; piso de R$ 2.860,21; auxílio alimentação; melhores condições de trabalho; Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários; auxílio-educação; prevenção contra assaltos e sequestros; e a igualdade de oportunidades para bancários, com a contratação de pelo menos 20% de negros.