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Mesa redonda promovida pela S.O.S. Amazônia teve debates e denúncias

A mesa redonda promovida pela S.O.S. Amazônia debateu sobre o tema ‘Economia Florestal – Viabilidade das cadeias de valor dos produtos florestais não madeireiros no Acre e estados vizinhos’. A discussão fez parte da programação do aniversário de 25 anos da instituição no Acre.

Participaram do evento: Thiago Cunha (professor de Engenharia Florestal da Ufac); José Rodrigues de Araújo (membro do Conselho Nacional das Populações Extrativistas/CNS); Manoel Monteiro (da Cooperacre); e a farmacêutica Silvia Basso (Funtac). O evento foi moderado pelo especialista em marketing Robson Penellas Amaro.

Com poucos exemplos, ou quase exceções, a cadeia de alguns produtos florestais se mantém viva (como é o caso da borracha, para alimentar a fábrica de camisinhas em Xapuri e o fornecimento para indústria de pneus, que conta com subsídios e do murmuru no Vale do Juruá), e até mais fortalecida (é o caso da castanha).

Por outro lado, alguns fatos demonstram que esta economia está reforçada. Enquanto empresas no Brasil oferecem de R$ 17,00 a R$ 25,00 por kg dos óleos de andiroba, buriti ou murmuru, os preços pagos pelo consumidor final na Europa chegam ao equivalente a mais de R$ 800,00 por litro. Uma rápida pesquisa na internet permite encontrar diversas empresas comercializando óleos brutos da Amazônia, sem qualquer processo de refino.

“Queremos levar a discussão dos produtos não madeireiros, como borracha, açaí, cacau, castanha, oleaginosas. Se ela for bem trabalhada, pode gerar renda para as comunidades florestais e diminuir o impacto de uso da floresta, como o desmatamento, por exemplo. É um casamento entre geração de renda e preservação da floresta”, explica o diretor-geral da S.O.S. Amazônia, Miguel Scarcello.

Recentemente, a S.O.S. Amazônia conseguiu aprovar, junto ao Governo Federal, um projeto de R$ 12 milhões para o incentivo ao desenvolvimento sustentável. Os recursos serão aplicados em educação ambiental, preservação da biodiversidade e fomento a políticas públicas para o setor.

“Neste seminário, a intenção foi fazer uma publicação e levar isso para a S.O.S. Amazônia. No início deste novo projeto, não devemos cometer os mesmos erros para que, quando este apoio saía das comunidades, elas não precisem mais das ONGs, do governo, ou da academia”, conclui Miguel.

(Foto: Odair Leal)

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