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Etanol da macaxeira pode gerar energia para municípios isolados

A macaxeira – raiz tão apreciada na mesa do acreano e que movimenta milhões de reais todos os anos por meio da produção de farinha – vai ganhar outra função, igualmente nobre. Munícipios isolados do Acre (Jordão, Santa Rosa, Marechal Taumaturgo e Porto Walter) poderão ter usinas de beneficiamento para produção de energia através do etanol da macaxeira. Ontem, 26, o governador Tião Viana se reuniu com a equipe da Eletrobras para definir os próximos passos deste projeto.

Segundo o diretor de Operações da Eletrobras, Joaquim Rolim, o estudo de viabilidade técnica e econômica será revisado, com base na opção do etanol de mandioca. O esboço será apresentado à Empresa de Pesquisa Energética (EPE), junto com o governador Tião Viana, que vai defender a proposta.

“Os estudos vão definir a viabilidade de produzir o álcool a partir da macaxeira nestes municípios, além das questões técnicas que envolvem a produção de energia. Nós acreditamos que é viável e estamos otimistas com essa possibilidade. Hoje o projeto é para atender a demanda com óleo diesel. Em termos de preço ambos são similares, mas a energia produzida a partir da macaxeira traz ganhos para a comunidade, que passa a ter renda e uma fonte de energia limpa”, explicou Danilo Klein, gerente de Serviços da Eletrobras.

O governador Tião Viana está bastante otimista com a possibilidade e acredita que será possível fazer um leilão para iniciar a atividade em novembro. “Isso será uma revolução para as comunidades, que passarão a ter uma fonte de renda contínua com o plantio da macaxeira. No Jordão serão plantados 700 hectares, por exemplo, além do que já é plantado para o consumo alimentício”, explicou.

Os primeiros estudos para a produção de etanol a partir da mandioca foram feitos nas décadas de 1970 e 1980, mas a baixa produtividade da raiz na época não ofereceu segurança para a continuidade dos projetos. Hoje, com as novas tecnologias de produção, a nova fonte de energia passa a ser viável. A mandioca não exige mecanização complexa e é uma cultura que não requer grandes investimentos. “Hoje já  existe um tratorzinho que faz em duas horas o trabalho que um homem levaria duas semanas para fazer. Acreditamos que o manejo da cultura será bem mais rápido e facilitado”, disse o governador.

“Além de ser uma fonte de energia limpa, ao contrário do diesel, é uma energia que pode elevar o nível de desenvolvimento da comunidade, com a distribuição de renda. Do ponto de vista técnico já tem solução e do ponto de vista da viabilidade técnica também”, disse o secretário de Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães.

Edvaldo explicou que o desafio agora é aprovar o termo de referência do edital para realizar o leilão. (Tatiana Campos / Agência Acre)

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