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Depois de ver a mulher executada deficiente luta para criar os filhos

Família Alcilene - OL 9Em meio a lágrimas, Claudio Balduíno da Silva expressa a sua tristeza com a frase “é difícil lidar com a saudade de quem você ama”. Ele e os 4 filhos, todos menores de idade, presenciaram o assassinato da esposa e mãe Alcilene de Costa Moura, 27 anos, no último domingo, 15. A motivação para o crime teria sido por racismo. Desde então, o pai parou de trabalhar para cuidar das crianças, que só não estão passando fome devido à solidariedade de vizinhos.

Apesar do sorriso, o olhar das crianças é triste. As lágrimas brotam quando o pai começa a falar de Alcilene. O casal estava junto há 11 anos. Mesmo atordoado com o crime e com as mudanças desde então, Claudio, que é deficiente físico, confirma que algumas doações foram feitas. Mesmo assim, as crianças precisam de roupas e calçados, além de alimentos e acompanhamento psicológico para as crianças.

“Ainda hoje recebi uma proposta de trabalho. Mas não tenho como ir, já que tenho de cuidar das crianças. Estou tentando conseguir vaga na escola, assim teria um período para trabalhar. Eu vou cumprir a promessa que fiz à minha esposa em seu leito de morte: vou cuidar dos nossos filhos”, afirma ele, mais emocionado.

A vizinha e também testemunha do crime, Maria de Souza, explica que conhecia Alcilene desde criança e está ajudando no que pode. “Eles eram muitos discretos. Ele é de Porto Velho/RO. Não tem parentes por aqui. Já a família dela nunca foi muito presente. Apesar disso, pareciam viver bem. Nunca reclamaram de nada. Depois do crime é que percebemos que eles não tinham sequer um ventilador. Agora, com as doações que receberam, que o Claudio comprou 2 ventiladores. Minha filha está fazendo todos os dias almoço e janta para eles. É muito sofrimento, mas não vamos desamparar ele neste momento”, reafirma a vizinha.

Maria de Souza confirma que as crianças apresentaram mudança de comportamento e passam a maior parte do dia quietos, tristes. O casal de filhos mais velho, de 11 e 7 anos, vai à escola no período da tarde. Já o casal caçula, de 5 e 3 anos, fica em casa o dia inteiro.

Enquanto a equipe de A GAZETA conversava com Claudio e as crianças, um vizinho chegou para dar um abraço no amigo. “Sou pai de família e o mínimo que posso fazer é vir e dar um abraço nele, uma pessoa trabalhadora e responsável. Você não está sozinho meu amigo!”, disse ele para Claudio.

Os interessados em fazer doações para ajudar a família podem ligar no celular 9929-5238 e falar com o próprio Claudio.

(Foto: Odai Leal/A GAZETA)


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