A Polícia Civil de Plácido de Castro prendeu ontem Raimundo da Silva Cavalcante, 31 anos. Ele é acusado de, na noite do último domingo, dia 15, executar com 1 tiro de escopeta na cabeça a dona de casa Alcilene Domingos de Moura, 27 anos. O crime – que chocou a cidade, por ter sido gerado após uma rixa de vizinhos, com fundo de preconceito racial – ocorreu por volta das 20h, na Rua da Paz, no bairro Recanto dos Buritis, a mais de 100 km de onde o acusado foi preso.
De acordo com a polícia, o acusado foi preso na zona rural daquela cidade. Após a expedição do mandado de prisão preventiva, ele foi transferido para a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), onde o crime é apurado. O acusado será indiciado por crime de homicídio qualificado.
O crime – De acordo com informações, o crime aconteceu na frente dos filhos e do marido da vítima, Cláudio Balduíno Silva, 37 anos. Ele é deficiente físico e pai dos 4 filhos de Alcilene, com idades de 3, 6, 8 e 11 anos.
A suposta motivação para o crime teria sido uma rixa entre uma vizinha de Alcilene, conhecida pelo nome de ‘Fátima Cavalcante’. Esta teria preconceito pelo fato de Alcilene ser negra e casada com um deficiente físico. Todas as vezes em que Fátima passava em frente da casa de Alcilene, ela supostamente chamaria Alcilene de (sic): ‘preta imunda, macaca casada com um aleijado imundo e ainda põe filhos no mundo’.
No sábado (14), Alcilene chegava em casa quando, mais uma vez, ‘Fátima’ teria passado a xingá-la com frases preconceituosas, fazendo referência à cor da pele de Alcilene e à condição de deficiência física do marido.
Revoltada, Alcilene decidiu reagir e aplicou um tapa no rosto de Fátima, que mandou chamar o irmão Raimundo Cavalcante. Ele estava em uma colônia e teria passado a noite de sábado (14) e a manhã de domingo (15) consumindo bebida alcoólica.
Na noite do domingo, quando a vítima chegava em casa de bicicleta, acompanhada dos filhos e do marido (que estava em uma cadeira de rodas), Raimundo teria se aproximado de Alcilene e afirmado: “vim cobrar teu vacilo”. Em seguida, ele é acusado de sacar uma escopeta, encostar na cabeça da mãe de família e atirado nela.
A vítima foi morta na frente do marido e dos 4 filhos, menores de idade. Depois, Raimundo correu para dentro da casa da irmã e pulou a cerca, fugindo seguindo para a zona rural, em Plácido de Castro. De lá, ele pretendia seguir fugindo para o lado boliviano.