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Comissão avalia denúncia de tortura de detento de Rondônia no Acre

 Deputados da Comissão de Direitos Humanos de Rondônia realizaram audiência pública, na quarta-feira, para discutir denúncia de tortura ao detento Wesley Ferreira da Silva dentro de presídio federal de segurança máxima no Acre, em Rio Branco, em abril deste ano. Seis agentes penitenciários são acusados de agredir Wesley e outros 2 presos com chutes, socos, spray de pimenta e uma marreta de borracha.

 Ele foi condenado pela Justiça de Rondônia a quase 22 anos de prisão pelos crimes de furto, roubo e um homicídio. A suposta agressão teria deixado Wesley cego e tetraplégico. Ele permaneceu internado por mais de dois meses em um hospital de Rio Branco. A vice-presidente da comissão, deputada Antônio Lúcia, do PSC do Acre, visitou Wesley no hospital após pedido de socorro da mãe da vítima e conta o que viu.

 “Na oportunidade, pude checar in loco que Wesley estava há 52 dias em um leito. Até aquela época, ele não tinha ainda feito todos os exames. Ele não movia mais os braços, não movia mais as pernas, não enxergava.”

No entanto, a versão oficial para as sequelas de Wesley diz que ele caiu no banheiro, bateu a cabeça e sofreu lesões na coluna. Além disso, o ouvidor do Sistema Integrado de Segurança Pública do Acre, Valdecir Lima, apresentou documentos do Instituto de Administração Penitenciária do Acre para alegar que Wesley já vinha com um histórico de sintomas semelhantes desde as passagens pelos presídios de Rondônia.

“Agora, nossa questão aqui é se a situação de saúde dele foi causada por essa possibilidade de tortura. É porque quando ele foi preso em Rondônia, ele também sofreu esses mesmos sintomas: ficar com parte do corpo paralisada, com dificuldade de fala, com dificuldade de visão. E foi nesse período que a Justiça determinou em Rondônia que ele fosse para prisão domiciliar. E foi nesse período que ele estava em prisão domiciliar que ele cometeu outros crimes: roubo de moto, agressão à mulher dele”.

 O inquérito policial para investigar o caso corre em segredo de justiça. Wesley foi transferido de volta para Rondônia, onde se encontra em prisão domiciliar.

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