O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed/AC) denuncia que o governo estadual não cumpriu acordos estabelecidos com a categoria. E não destaca que mobilizações podem ser realizadas neste mês de outubro, tradicionalmente conhecido como mês dos médicos.
De acordo com o presidente da entidade, José Ribamar Costa, as mobilizações acontecerão em todo o Brasil inteiro.
“Queremos levar ao governo informações, com sugestões para que o governo trate a saúde de uma forma mais transparente. A população paga impostos e esses impostos têm que voltar na forma de melhores serviços”, confirma.
O presidente afirma, ainda, que o principal beneficiado será a população, que receberá serviços de melhor qualidade. Ele menciona o acordo feito com o governo do estado, durante a greve realizada no último mês de julho, e o não cumprimento do acordo por parte do governo.
“A assembleia realizada na noite dessa sexta-feira, 4 terá como objetivo discutir o não atendimento das reivindicações dos médicos, fizemos uma greve em julho, interrompemos por causa de um acordo que não foi cumprido. Decidimos pelo fim da greve após o governo prometer o lançamento do edital para concurso público até o final de setembro, o que não aconteceu”, confirma.
Ao contrário da maioria das mobilizações, melhorias salariais não é o principal foco do ato dos médicos. “Temos que melhorar estruturas, voltar com salas de cirurgia que estão fechadas, e a sociedade precisa saber a importância disso. Afinal, o beneficiado é sempre a população”, relata José Ribamar.
Mais Médicos não suprirá a necessidade, afirma José Ribamar
Sobre o programa Mais Médicos, o presidente do Sindmed afirma que a quantidade que virá ao Acre não suprirá a necessidade que o estado possui, e completa que os serviços nos quais se precisa focar são os de urgência e emergência.
“O programa Mais Médicos está focado apenas nos serviços de saúde primária, enquanto os serviços de urgência e emergência são imprescindíveis e encontramos muitas dificuldades na realização desses serviços”.
Há seis anos, tramita no Congresso uma PEC 454/09 que cria a carreira de médico de estado. Garantindo assim, que o profissional fixe residência no local de trabalho.
“Se essa PEC fosse aprovada a rotatividade de médicos terminaria. Seria uma opção para o governo federal resolver o problema dos vazios assistenciais. Mas, o governo preferiu não criar uma política de interiorização de médicos e hoje coloca na conta dos médicos uma responsabilidade que é dele”, conclui o presidente.