O julgamento do dissídio entre a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares será realizado nesta terça-feira, 8. Dependendo do resultado, a greve deflagrada desde o último dia 19 poderá acabar ainda hoje. A paralisação é realizada em vários estados, mas a estatal confirma que mais de 90% do efetivo voltou às atividades, na sexta-feira passada, dia 4.
No Acre, a empresa conta com 320 funcionários. Entre outras reivindicações, eles pedem aumento real de 15% sobre os salários, reposição da inflação de 7,13%, alta linear de R$ 200,00, reposição de 20% de perdas salariais e jornada de 6h diárias para os atendentes.
A presidenta do Sindicato dos Correios no Acre, Suzy Cristiny, explica que a categoria espera que no quesito assistência médica ocorra avanço. “Acreditamos que o TST não tem poder para legislar, por exemplo, na questão econômica. O Tribunal Superior do Trabalho não pode decidir se a empresa vai reajustar o salário, por exemplo”, confirma.
Os Correios afirmam que todas as possibilidades de negociação foram esgotadas. Suzy ressalta que existe uma contraproposta à disposição da empresa. “Eles nem quiseram analisar a proposta e justificaram que o julgamento já estava marcado. Empurraram para que o TST decida o futuro das negociações”, conclui.
De acordo com os Correios, entre 2003 e 2012 o ganho real dos trabalhadores foi de 36,91% acima da inflação do período. Atualmente, a empresa paga, em média, R$ 2.149,72 aos carteiros, considerando o salário e os adicionais, tais como anuênio, quinquênio e adicional de distribuição e coleta, entre outros.
A paralisação já chegou ao fim no Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia e Amapá, na região metropolitana de São Paulo e no município paulista de Bauru.
O diretor regional dos Correios no Acre, Samuel Nolasco, afirma que não houve muitos prejuízos no Estado. “As encomendas e postagens estão normais. Foram registrados alguns atrasos na Capital, mas estamos trabalhando aos sábados e fazendo hora extra para que não haja prejuízos maiores à população”, finalizou.