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Justiça manda empresa pagar R$ 176 mil a ex-conselheiro do Procon

 Um ex-conselheiro do Procon de Dom Aquino, cidade matogrossense de 8,1 mil habitantes (a 148 km de Cuiabá), investiu R$ 176 mil na Telexfree , empresa acusada de ser a maior pirâmide financeira  do País, investigada por policiais, promotores de Justiça e peloDepartamento Proteção e Defesa do Consumidor  do governo federal. Mas já conseguiu uma decisão que pode lhe garantir a devolução da verba.

 O advogado Renato Dias Coutinho Neto, que atuou no Procon em 2008 e 2010, é responsável por uma das maiores redes de divulgadores da Telexfree do município, com cerca de 300 divulgadores, diz Chernenko do Nascimento Coutinho, irmão e ex-integrante do Procon.

 O telefone do escritório dos Coutinho continua na página do Procon/MT na internet, apesar de eles já terem deixado o órgão de defesa do consumidor.

 Superintendente do Procon/MT, Gisela Simona argumenta que os irmãos já não pertenciam à entidade em 2012, quando aderiram à Telexfree, mas critica a entrada de Coutinho Neto no negócio, que passou a ser investigado em razão de uma enxurrada de questionamentos em Procons de diversos Estados – em MT foram ao menos 800.

“Em tese, ele deveria estar vacinado”, diz Gisela, que nega ter conhecimento da presença de outros integrantes do Procon-MT nas redes da Telexfree. “A gente fez um release que é um alerta e enviamos para o e-mail funcional de todos os integrantes.”

Atividades diferentes

 Nascimento Coutinho nega que ele ou o irmão terem sido do Procon tenha os ajudado a constituir uma grande rede da Telexfree. Até ser bloqueada, a empresa já havia captado dinheiro de cerca de 1 milhão de pessoas com a promessa de lucrarem por meio de revenda de pacotes VoIP , colocação de anúncios na internet e cadastramento de mais divulgadores.
“Nós estamos aqui [ em Dom Aquino ] há mais de 25 anos”, diz Chernenko Nascimento Coutinho, que não considera a Telexfree uma pirâmide financeira. “Eu vejo que não pois ela estava pagando normalmente seus divulgadores.”

 Renato Coutinho não retornou os recados deixados pela reportagem em seu celular e no escritório. Os representantes da Telexfree, que sempre negaram irregularidades, também não responderam.


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