O Acre está cada vez mais otimista com a exploração de petróleo e gás natural. E a palavra da vez para aumentar este otimismo foi a da diretora geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Magda Chambriard. Magda deu uma palestra no final da tarde de ontem, às 17h, na Biblioteca Pública de Rio Branco, para anunciar a confirmação dos 9 blocos da bacia sedimentar acreana inseridos na próxima rodada de licitações da agência, a 12ª edição.
Magda Chambriard foi convidada desde o começo do ano para vir ao Acre. Mas só agora, nas vésperas do 12º leilão da ANP, marcado para os dias 28 e 29 de novembro, ela conseguiu vir ao Estado, a convite do governador Tião Viana. A agenda da diretora estava cheia. Nesta segunda, dia 21, acontecerá o 1º leilão do Pré-Sal. Ainda assim, Magda achou uma brecha na sua agenda. Ela deixou de lado o maior projeto petrolífero para o futuro do país, para abraçar a Amazônia.
Mais do que o anúncio, a engenheira destacou as principais informações sobre o Acre no contexto da próxima rodada de licitações. Magda revelou que a bacia do Acre (intitulada de Madre de Dios, por ser vizinha do Peru) terá seus primeiros 19.713 km² prontos para serem licitados, em 9 blocos. Esta área abrangerá 5 municípios daqui (Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Rodrigues Alves) e 2 do Amazonas (Guajará e Ipixuna).
Ao todo, a agência já investiu mais de 140 milhões no Acre desde 2000 até este ano. Mas estes recursos todos serviram apenas para provar as fortes evidências de haver petróleo e principalmente gás natural no Estado. E foi o que eles fizeram. Por isso, a agência aposta tanto no potencial acreano. Com as licitações arrematadas, virá um novo momento para a exploração mineral do Estado. Magda conta que as empresas terão de investir, no mínimo, R$ 171 milhões no Acre.
A rodada em novembro terá 110 blocos, incluídos os 9 do Acre, para serem licitados. Segundo Magda Chambriard, este leilão será especial para a ANP. Isso porque ele vem para concretizar uma diretriz nova da agência, que busca descentralizar a indústria petrolífera brasileira fora das bacias na região do Sudeste, em especial no Rio de Janeiro. Com este leilão, Chambriard conta que a ANP espera materializar um esforço de levar a exploração de petróleo às demais regiões do país.
“Desde 2003 tivemos uma reorganização nos nossos planejamentos. Resgatamos a indústria naval brasileira e desenvolvemos as vias para fornecimento terrestre. Neste ano, agendamos 3 diferentes rodadas de licitações. A 1ª ocorreu em maio, com 11 estados e foco no Norte e Nordeste. E só 1 estado era do Sudeste. A 2ª rodada é diferente. É esta do Pré-Sal. A 3ª rodada será a de novembro, com participação de 12 estados e centrada na exploração terrestre”, detalhou ela.
Magda também reafirmou a responsabilidade socioambiental da agência reguladora em relação às áreas que serão licitadas para a exploração no Acre e enfatizou as expectativas altas do órgão em encontrar gás natural na região do Vale do Juruá, que faz fronteira com um mercado aquecido quando se trata de exploração do gás, o peruano.
“E lá no Peru eles fazem uma festa. Assim, chegamos à conclusão de que não podemos deixar o gás natural de lado no Brasil. E o Acre faz parte deste nosso esforço. Há fortes evidências aqui da existência do gás. O suficiente para colocarmos áreas acreanas em licitação”, concluiu.
O governador Tião Viana, grande entusiasta desta iniciativa de explorar gás natural e petróleo no Estado, comentou sobre este novo marco econômico para o Estado e a presença da diretora-geral da ANP em Rio Branco. Para ele, sem a atuação precisa de Magda e a tendência da ANP em tirar o núcleo do mercado de petróleo brasileiro do Sudeste, o Acre dificilmente estaria vivendo este momento tão otimista quanto à exploração de gás natural.
“Este é um momento histórico para o Acre, pois marca uma nova fronteira econômica que está chegando. Tornando-se cada vez mais real. A diretora Magda Chambriard, com todos os seus mais de 30 anos nesta área, foi uma das pessoas que mais ajudou o nosso Estado a chegar até aqui. E a vinda dela aqui traz para a nossa população uma enorme esperança de que este projeto vai dar certo. De que teremos um nova identidade econômica”, completou o governador.