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Pesquisa do Ministério da Justiça aponta existência do tráfico de pessoas no Acre

Ontem foi o Dia Internacional contra o Tráfico de Seres Humanos. Em alusão à data, o Ministério da Justiça (MJ) divulgou uma pesquisa divulgando vários dados sobre o tráfico de pessoas, incluindo as rotas deste tipo de crime, as regiões onde eles são facilitados, e os principais esquemas e demandas dos criminosos. Para o Acre, o estudo apontou que os casos mais frequentes são de tráfico de menores de idade para a exploração sexual e para abusos em clubes de futebol.

No caso da exploração sexual, o estudo indicou que os/as adolescentes são levados daqui para abastecerem redes de prostituição de outros estados. Já no caso do futebol, crianças, jovens e até adultos acreanos esta-riam sendo enganados por clubes esportivos para atuarem por eles. A pesquisa, no entanto, não revela quais clubes seriam estes. Dizem apenas que eles estão sob investigação. Além do Acre, o Pará e o Paraná também sofrem deste tipo de abuso exploratório.

No estado vizinho, Rondônia, a pesquisa do Ministério da Justiça aponta que os casos mais comuns no tocante ao tráfico de pessoas são para que as vítimas sejam submetidas a regimes análogos à servidão doméstica.  A pesquisa ainda apontou vários tipos de prática escravista com índios, que são levados para trabalharem em lavouras no Norte e no Sul do país.

De acordo com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, este é o 1º levantamento feito sobre esta temática. Cardozo revela que vários problemas foram encontrados ao longo da realização e coleta dos dados da pesquisa. O maior deles é o desconhecimento sobre este tipo de crime. Mas, segundo ele, o estudo pode ser completado e deve servir como mais um indicador para a articulação política e para o combate por parte dos órgãos governamentais envolvidos. 

A pesquisa foi intitulada ‘Diagnóstico sobre tráfico de pessoas nas áreas de fronteira’. Ela reúne estatísticas colhidas em investigações policias, inquéritos parlamentares e reportagens dos últimos 5 anos. Seus dados foram compilados pela Secretaria Nacional de Justiça (que faz parte do Ministério da Justiça), no 1º semestre deste ano.


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