Estudo publicado na revista “Science”, no dia 18 deste mês, estima a quantidade de espécie de árvores da região amazônica. Foi rea-lizado por especialistas de 120 instituições de todo o mundo, incluindo mais de 25 pesquisadores brasileiros, e traz resposta para questões sobre a diversidade amazônica. A pesquisa aconteceu na reserva extrativista Chico Mendes, no Alto Juruá e no Parque Nacional da Serra do Divisor.
De acordo com um dos autores do estudo, Marco Silveira, doutor da Universidade Federal do Acre (Ufac), só foi possível realizar o trabalho por se tratar de uma rede de pesquisa, envolvendo mais de cem pesquisadores, que há mais de dez anos levantam dados sobre a região. “A integração de dados na escala da Bacia Amazônica consiste em uma estratégia importante para o conhecimento dos padrões e processos ecológicos em torno da biodiversidade”, disse.
O estudo foi liderado por Hans Ter Steege, pesquisador do Naturalis Biodiversity Center, no sul da Holanda. Steege diz acreditar na existência de cerca de 16 mil espécies de árvores na Amazônia. “Metade de todas as árvores da região pertence a somente 227 dessas espécies. Isso é muito menos do que qualquer previsão, e realmente simplifica o nosso trabalho”, ponderou.
Segundo Silveira, esse estudo passa a ser um grande referencial para estudantes, pesquisadores e instituições florestais. Nele, é possível acompanhar informações de 1.170 levantamentos florestais, em todos os principais tipos florestais da Amazônia, para gerar a primeira estimativa de abundância, frequência e distribuição espacial em larga escala de milhares de árvores amazônicas. De acordo com o estudo, cerca de 400 bilhões de árvores integram a Bacia Amazônica e as Guianas.
“Science” é o nome de uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo. É publicada pela Association for the Advancement of American Science (Associação Americana para o Avanço da Ciência). Seus artigos são submetidos ao processo de revisão paritária e sua tiragem semanal é de 130 mil exemplares, além das consultas on-line, o que eleva o número estimado de leitores a 1 milhão. (Ascom-Ufac)