A cúpula da segurança pública do Acre avaliou como bem sucedida a ação da polícia durante o assalto a casa lotérica Trevo da Sorte nesta quinta-feira, 10. Dois assaltantes foram presos pelo crime de tentativa de assalto qualificado pelo cárcere privado e disparo de arma de fogo. Além disso, a participação de uma funcionária da lotérica está sendo investigada. Durante a ocorrência dois assaltantes mantiveram durante mais de seis horas 25 reféns.
Segundo o diretor-geral da Polícia Civil, Emílson Farias, existe um valor considerável apreendido, mas que não sabem a quantidade exata. Essa informação será confirmada pela gerência da lotérica.
Segundo o comandante da operação, coronel Júlio César, a situação não fugiu do controle em nenhum momento. O comandante da Polícia Militar, José dos Reis Anastácio aproveitou a ocasião para parabenizar a ação dos primeiros militares que chegaram a ocorrência.
“A primeira ação foi isolar a área para facilitar o trabalho da polícia. Além disso, diminuiu o risco de que outras pessoas fossem atingidas pelos disparos dos assaltantes. Temos equipamentos e pessoal treinado se preciso fosse iríamos invadir e neutralizar eles. Mas, preferimos esperar, porque eles estavam dando sinais de que iriam se entregar”, confirma o comandante da operação.
De acordo com Emílson Farias, todos os procedimentos realizados durante o assalto, inclusive a instalação do gabinete de gerenciamento de crise contribuíram para o sucesso da operação.
A Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal se dispuseram a auxiliar na operação. “Queremos agradecer a oferta, mas nossos homens foram capazes de lidar com crise”, confirma o secretário de Segurança Pública, Reni Graebner.
Durante a coletiva, o coronel Anastácio não confirmou o pedido e nem oferta de ajuda de outros estados. “Inclusive nós temos dado apoio a operações em outros estados. O suporte do Estado estava ali presente por completo. Tínhamos Samu, helicóptero, Detran, Rbtrans, Direitos Humanos, Judiciário, Ministério Público. Nem cogitamos a possibilidade de pedir ajuda para outros estados”, confirmou.
Funcionária investigada – O coronel Júlio César confirma que houve ligações para o telefone dele, pedindo para liberar os assaltantes e que o dinheiro o seguro cobriria. Além disso, os reféns afirmam que os assaltantes não apontavam a arma para uma funcionária da lotérica. Ao fim do assalto ela foi encaminhada para a delegacia e depois liberada, mas as investigações continuam.
Ao todo Moisés Nascimento Silva e Antônio Feitosa podem ser sentenciados a 12 anos de prisão. Podendo ficar presos até 1/6 da pena.
O especialista – O negociador capitão Giovane Galvão, especialista em negociação com reféns, afirma que ao chegar ao local, a contenção e isolamento já estavam feitos. “Evitando assim que criminosos não pegassem mais reféns ou se apoderasse de armas. A situação realizada com maestria pelos homens do 1°Batalhão da Polícia Civil. Nosso objetivo é preservar as vidas depois restabelecer a normalidade”, confirmou.
Durante a negociação não íamos entregar uma arma, por exemplo, aos assaltantes, ressaltou Emílson Farias.
“Negociamos apenas o que era plausível, devido a relação de confiança estabelecida entre o negociador e os criminosos, os reféns eram soltos. Ao sair, os reféns desenhavam para a equipe o cenário do crime, para que nós tivéssemos a noção de tudo o que estava ocorrendo lá dentro”, explica o diretor-geral da Polícia Civil.
A negociação foi realizada de maneira extremamente técnica e profissional. Os poli-ciais envolvidos nessa operação demonstraram um profissionalismo extremo, confirmou o comando.
“As primeiras exigências foram descartadas. A princípio eles queriam uma caminhonete, mas não podemos aceitar esse tipo de reivindicações não podem ser negociadas. Eles levariam reféns na carroceria do carro, outra exigência era que eles mesmos dirigissem, a situação sairia do controle e não era esse nosso objetivo”, confirma o capitão Giovane Galvão.
Outra exigência dos assaltantes era de manter a imprensa longe. “Eles queriam as identidades preservadas”, destaca coronel Júlio César.
Greve dos bancários – Com a greve dos bancos, o policiamento preventivo foi intensificado desde o início da greve, há 25 dias. “Se não fosse o policiamento, o primeiro atendimento nos primeiros minutos da ocorrência teria demorado mais tempo”, confirma Anastácio.
Duplas ficam a pé nas principais ruas do Centro. Além dos policiais motorizados, confirmou Anastácio.