A Câmara dos Deputados, através do grupo de trabalho, instituído para discutir uma sugestão de reforma política aprovou na última quinta-feira, depois de extenso debate e muitos desacordos, um novo exemplo de sistema eleitoral, denonimado de distrital proporcional. Com ele, os estados serão repartidos em distritos e os deputados, eleitos de forma equilibrada pelo número de votos do distrito.
Arquitetado pelo deputado Marcus Pestana (PSDB/MG), o modelo é proveniente do sistema distrital, cujo voto é majoritário, isto é, os campeões de votos dos distritos são eleitos, e do contemporâneo, em que os deputados são eleitos pelo voto nominal e proporcional, variando o partido ou aliança.
O deputado Pestana, alegou que o texto ainda deve passar pela Câmara e Senado e que a proposta achegará o deputado ao eleitor e diminuirá os valores das campanhas. Se acatada pelo Congresso, a proposta também vai melhorar a vida dos políticos. Pois ao invés de andar muito em busca de alianças e votos, o deputado poderá concentrar forças em seu domicílio eleitoral. Pestana ainda lembra com bom humor o “calvário” da eleição passado onde andou por mais de 100 cidades, ele diz que não sabe como a família suportou por esta fase.
Segundo o novo modelo sugerido, estado como São Paulo, seria compartilhado em nove distritos, já Minas Gerais já ficaria com sete, e o Rio de Janeiro, em 6. Com um distrito, ficariam os estados do Tocantins, Sergipe, Acre, Rio Grande do Norte e Rondônia.
Neste cenário, os partidos poderiam lançar uma chapa em cada localidade. Alguns deputados como Candido Vaccarezza (PT/SP) falam que esta lista encaminha-se para uma grande inovação, segundo ele, o processo de lista e majoritários obtiveram votações inferiores, daí a importância do novo modelo.
A equipe de trabalho se juntará em mais duas reuniões antes de apresentar os anteprojetos de mudança ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O parlamentar petista contou que deve expor ao colegiado as propostas acatadas na forma de projetos de lei ou propostas de emenda à Constituição para serem discutidas e concluídas, dia 24.