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EMPREENDEDORES: Nuvens de dados

Pioneira no Estado em arquivamento e digitalização, a Arquivar.Net traz um desafio para o empresariado local: mudar a cultura cartorial do papel e do carimbo e consolidar a era do acesso à informação em nuvens virtuais onde estão registrados desde a simples fatura de pagamento de contas de energia e água até contratos estratégicos para empresas.

ITAAN ARRUDA

Nilson Afonso da Silva é economista e tem 53 anos. Após 18 anos como consultor do Sebrae/AC, aderiu a um programa de demissão incentivada da instituição e resolveu arriscar na abertura de um empreendimento com amplas possibilidades no mercado regional: o serviço de digitalização e arquivamento digitais.

Ao lado do filho, o advogado Fábio Salomão Silva, Nilson organiza as primeiras apresentações a serem feitas para as empresas locais. “Nesse segmento, o maior desafio é mudar a cultura do empresário”, salienta Afonso. “A cultura cartorial, do papel, do documento físico é algo muito forte, muito presente. Transferir isso para o ambiente web, com credibilidade e segurança é um desafio”.

A dupla está instalada provisoriamente na rua 16 de outubro, Nº 577, no bairro Quinze (próximo ao Barriga Verde do 2º Distrito). Mas, em breve deve se mudar para a região central de Rio Branco. Poucas empresas e profissionais liberais da região já conhecem os serviços da Arquivar.Net, mas a busca por clientes deve começar ainda neste ano.

Ainda não existe uma legislação que reconheça todo documento virtual como verdadeiro: alguns setores da empresa ainda precisam estar impressos. Mas, a dupla de empreendedores acreana acredita que o processo de mudança rumo à virtualização está em curso. “No departamento pessoal das empresas, muita coisa ainda precisa ser de papel, mas em outros setores, não”, compara Nilson.

Nos departamentos onde a virtualização de documentos é possível, a empresa pode investir na digitalização e no arquivamento virtual. “Quando o empresário resolve investir nisso, a papelada do ambiente cai a zero e praticamente fica inutilizada”, diferencia o advogado Fábio Silva.

Nas simulações feitas para a reportagem do Acre Economia, a agilidade no acesso às informações impressiona. Se o empresário quer saber se a energia elétrica foi paga, em alguns cliques a fatura da Eletrobras aparece na tela do computador com todos os dados.

Além disso, o acesso e adição de informações deixa um rastro que garante segurança ao empresário. No caso da fatura de energia elétrica, por exemplo, é possível saber quando foi digitalizado, que horas e quem digitalizou. Qualquer problema relacionado a este documento específico, a digital do operador foi registrada.

Contratos, processos internos da empresa, tudo digitalizado. É como se o empresário tivesse a nítida sensação de estar carregando toda a vida empresarial dentro de um tablet ou netbook. É exatamente pelo fato de ter acesso a esses dados de forma virtualizada (sem estar no plano físico, concreto, que se pega com as mãos) que se convencionou usar a expressão “está nas nuvens”.

Todas as informações digitalizadas, indexadas, arquivadas e armazenadas vão para um servidor central (data center), localizado em São Paulo, em uma empresa chamada Locaweb.

Na assinatura do contrato, questões como segurança, privacidade e acesso a dados são detalhadamente explicados e pontuados em cláusulas. A transparência é um dos trunfos da Arquivar.Net. “O cliente precisa ter segurança do investimento que está fazendo”, diz Nilson. “Não pode haver nenhum vacilo”.

A exclusividade do acesso aos documentos é garantida. O que a Arquivar.Net faz é instrumentalizar a empresa ao serviço, mas a rotina de trabalho e os dados estratégicos ficam restritos ao empresário.

E mais: caso um grupo empresarial esteja dividido em vários segmentos, o proprietário tem acesso a todas as informações e define quais pessoas ficam responsáveis pela alimentação e controle do sistema. Dessa forma, o dono da empresa tem o controle de tudo por meio digital e pode identificar com rapidez qualquer problema de ordem gerencial ou administrativa e cobrar providências.

É difícil de precisar quanto uma empresa chega a economizar com a implantação do sistema digitalizado. “Isso depende muito do perfil de cada empreendimento e, claro, do volume”, afirma Fábio Silva.

Engana-se quem pensa que a digitalização é privilégio de grandes grupos empresariais. A Arquivar.Net também tem condições de atender pessoas físicas. Pesquisadores, por exemplo, que utilizam documentos históricos, arquivos digitais, documentos já digitalizados, a Arquivar.Net organiza e sistematiza de modo a garantir mais agilidade na busca de informações.

Serviços da Arquivar.Net

1)    Gerenciamento Eletrônico de Documentos (eliminação de papel, diminuição de custos e agilidade no acesso à informação);

2)    Digitalização com scanner (isso permite a abertura de documentos virtuais que, por sua vez, possibilita pesquisa com consequente uso virtual do arquivo de acordo com a necessidade do empresário). O arquivamento é feito por um sistema denominado SAFE;

3)    Caso o empresário não queira os dados da empresa disponíveis na “nuvem”, a Arquivar.Net tem condições de digitalizar todo o acervo da empresa e disponibilizá-lo apenas para o uso interno. Nesse formato, é preciso uma política de backups (de responsabilidade do empresário) para garantir segurança e preservação dos dados;

4)    A Arquivar.Net também realiza digitalização de livros

Contatos
Quem precisar de maiores detalhes da empresa, basta procurar no site www.arquivarnet.com.br, ligar para 3223-8404 ou passar um e-mail pedindo mais detalhes para comercial@arquivanet.com.br.

(Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

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SUSTENTABILIDADE

KFW realiza segundo pagamento por compra de carbono em dezembro

A Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais calcula que o segundo pagamento por serviço ambiental por compensação à biodiversidade será feito neste mês de dezembro pelo banco alemão KFW que comprou crédito de carbono em dezembro de 2012. A primeira compra foi de 4 milhões de toneladas de carbono.

Cada tonelada do carbono acreano foi vendida a US$ 5. Isso resultou de US$ 20 milhões. Metade desse recurso tem, por exigência do banco, beneficiar diretamente as comunidades extrativistas e populações tradicionais. A outra metade pode ser usado na estruturação do Sisa.

O Governo do Acre mudou a proporção. Destinou 30% para o Sisa e 70% para beneficiar diretamente as populações tradicionais. A primeira parcela beneficiou os extrativistas porque foi usada para o subsídio da borracha e para os incentivos do programa Estadual de Certificação da Propriedade Familiar.

Essa segunda parcela que será depositada em dezembro deve beneficiar prioritariamente populações indígenas.

A informação foi confirmada pelo diretor da Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais, o economista Alberto Tavares, conhecido como Dande Tavares, ex-WWF-Brasil e que desde agosto integra a equipe do Governo do Acre.

A CDSA concluiu o contrato com a empresa Markit, com sede em Nova Iorque, para registrar os créditos de carbono. Uma das metas da companhia acreana é negociar (“performar”, no sentido de realizar performance no mercado) os créditos disponíveis ano que vem.

A Companhia é de economia mista, embora ainda não tenha nenhum parceiro privado formalizado efetivamente. Do ponto de vista estrutural, ela está vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens) e à Agência de Negócios do Acre S/A (Anac).

Foi uma instância foi criada a partir da formulação do Sistema Estadual de Incentivo a Serviços Ambientais (Sisa), a sofisticada legislação que pretende transformar os ativos ambientais em dinheiro às populações extrativistas, comunidades indígenas, ribeirinhos.

“No primeiro momento, a legislação do Acre se ancora no mecanismo de REDD, sem dúvida nenhuma”, reconhece Tavares. “Embora é preciso enfatizar que o Acre não tem um mero projeto de REDD”. REDD é uma sigla inglesa que denomina Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação Florestal.

O Sisa oferece concretude à ideia do projeto político em vigor no Acre desde 1999 de que uma forma de proteger a floresta é fazer com que a população que mora nela seja beneficiada de alguma forma. Na teoria esse “benefício” tem várias facetas. Mas, na prática, a forma mais comum e facilmente compreensível é a monetária.

Nos bastidores, a companhia é chamada informalmente nos bastidores de Companhia Carbono. Embora o nome tenha apelo midiático, é uma denominação não consensuada porque praticamente limita a atuação a um mercado específico.

Para o diretor da Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais já existem evidências da aplicação de políticas de baixa emissão. “Está posto que um estado que consegue a façanha de ao mesmo tempo que  incrementa o seu PIB reduz a sua curva de desmatamento expressivamente, como é o desenho do gráfico do Acre dos últimos anos, nós estamos falando, do ponto de visto econômico, reduzir emissões de gás carbônico, o grande problema da economia do mundo hoje”, analisa. “Muitos países não estão dispostos a abrir mão das emissões porque isso significa abrir mão de produtividade, se não fizer compensações com energias limpas. O Acre fez essa façanha. E isso gerou um patrimônio. Esse patrimônio é traduzido em ativos, conhecidos do mercado”.

Estágios do Desenvolvimento Sustentável
Para o economista Dande Tavares, as políticas de Desenvolvimento Sustentável planejadas pela ONU encontraram amparo político nas ações de governo a partir de 1999. Desde a chegada de Jorge Viana ao Executivo, um longo processo foi iniciado.

Tavares avalia o processo de aplicação de políticas públicas de Desenvolvimento Sustentável dividindo-o em “gerações”. Para ele são três:

1ª geração: valorização de produtos florestais, política de subsídio da borracha, busca por mercados para produtos florestais, organização das cadeias produtivas de produtos madeireiros e não madeireiros etc.

2ª geração: criação de áreas protegidas, criação de um Sistema Estadual de Áreas Protegidas, elaboração do Zoneamento Ecológico-Econômico, formulação do Plano Estadual de Recursos Hídricos.

3ª geração: elaboração do Sistema Estadual de Incentivo a Serviços Ambientais (Sisa), busca de atividades produtivas com aplicação de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) e LED (Low Emission Development). Essa expressão inglesa pode ser traduzida como “desenvolvimento baseado em baixas emissões” [de carbono].

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O que a Sustentabilidade tem a ver com você?

ITAAN ARRUDA

O suplemento Acre Economia inicia uma série de dois textos que tem como cenário de fundo uma palavra que entrou na agenda pública, seja como instrumento de retórica ou como elemento de boa intenção. A força dessa palavra, no Brasil, ganha feições inéditas a cada momento e tem condições de criar problemas novos nos debates da campanha de 2014. Fala-se aqui sobre Sustentabilidade.

Com ela, vem a reboque outra expressão. Esta, mais vulgarizada e, por consequência, mais agredida em seus paradoxos: Desenvolvimento Sustentável. Viver no Acre reforça o peso para que se tenha intimidade com esses conceitos, sobretudo nos últimos 15 anos, quando o poder público local avocou para si a missão de elaborar políticas e sistemas com pretensões sustentáveis.

Antes de entrar em detalhes, algumas perguntas são necessárias para iniciar o debate. Por que o Acre ainda não conseguiu banir a pobreza e a miséria, seja nas cidades, na zona rural ou nas florestas, após 15 anos de implantação de políticas públicas que dizem estar referenciadas no conceito de sustentabilidade?

Por que a renda aqui é tão concentrada? Qual modelo de economia seria o mais adequado a essa região se não for aquele que se referencie na biodiversidade? O que há no nosso modelo de vida que guarda relação efetiva com a ideia de Sustentabilidade?

O que o Acre produz de forma a ter reconhecida excelência? Castanha? Óleos? FDL? Como esses produtos extrativistas saem daqui? O Acre produz peixe em escala industrial? Extrai madeira em escala industrial? Por que o beneficiamento ou manejo desses produtos não tiveram a eficácia em distribuir renda? É a renda o fator referencial para mensurar qualidade de vida?

E a pecuária? Por que o governo tem receio de assumir que, atualmente, a cadeia produtiva da carne é a mais complexa e a que gera mais empregos no Acre? Por que a pecuária não encontrou solidez em mais de 60 anos de atuação no Acre? Por que, até hoje, não se tem escala produtiva satisfatória? Precisa-se de mais área para pasto? E a tecnologia acumulada nesse período não conseguiu sair do binômio aumento de produção X aumento de pasto?

O Governo do Acre já demonstrou ter pressa. Nos últimos 15 anos, os gestores aprenderam a fazer projetos, muitas vezes, sem ouvir o que as comunidades precisam. Oriundos das academias e centros universitários de várias partes do Brasil e até fora dele, o governo percebeu que o tempo comunitário difere muito do tempo político. A partir dessa “pressa”, o que resulta é algo que ainda está por sentir.

Um dos produtos dessa “pressa oficial” se concretiza na sofisticada ideia denominada “Serviços Ambientais”. A partir disso, uma série de polêmicas é gerada. O Acre Economia conversou com duas pessoas com visões radicalmente distintas sobre a execução de Serviços Ambientais e derivações.

Para facilitar o equilíbrio na exposição dos argumentos, nesta edição, o Acre Economia ouve apenas o diretor da Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais, Alberto Tavares, mais conhecido como Dande Tavares.

No próximo domingo, vamos saber o que pensa o filósofo e professor universitário Michael Schmidlehner, a respeito de pagamento por Serviços Ambientais. Ele tem mestrado sobre biodiversidade pela Universidade da Áustria e já dirigiu a ONG AmazonLink, uma das mais atuantes na região, mas atualmente desativada.

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SUINOCULTURA

Dom Porquito anuncia comercialização imediata de carne resfriada para o Peru

ITAAN ARRUDA

Com a oficialização do Ministério da Agricultura declarando o Acre como área livre da peste suína clássica, as fronteiras de comercialização com Peru e Bolívia estão abertas. O sócio-diretor da Dom Porquito, Paulo Santoyo, adiantou ao Acre Economia que a comercialização com o vizinho andino é imediata.

Embalado por uma crise no setor peruano, atacado por uma praga que atinge a reprodução dos animais, a Dom Porquito tem um fôlego de pelo menos três anos garantidos, até que se efetive a renovação de pelo menos 80% do plantel peruano.

Outra novidade adiantada por Santoyo diz respeito à comercialização interna de carne de porco. Nesta semana, já começam a ser vendidas na rede Araújo calabresa, lombo temperado, bacon, bacon cubo, subprodutos com valor agregado com selo acreano de produção.

No intervalo do workshop do segmento supermercadista realizado pela Associação Acreana de Supermercados, Paulo Santoyo falou ao Acre Economia.

Acre Economia: O que houve com o plantel peruano que acabou beneficiando a Dom Porquito?
Paulo Santoyo: O Peru teve que eliminar quase 80% do plantel por conta de uma doença que não se consegue tirar de dentro da granja. É uma doença que não afeta a qualidade da carne. Ela afeta a reprodução. Os leitõezinhos, quando nascem, por um problema respiratório, morrem. Então, ao invés de ter 14, 15 leitões, esse número cai para seis, cinco. E isso inviabiliza o negócio lá. É preferível abater e começar de novo do que dar continuidade no negócio.

Para recuperar o plantel…?
No mínimo, três anos.

E nesse intervalo é que a Dom Porquito…
Rapaz, caiu igual a uma luva!

Qual estimativa de comercialização de carne de porco com o Peru?
Já negociadas são 700 toneladas mês. Poderia ser mais. O problema é que nós não vamos ter.

Quantos clientes vocês têm no Peru e na Bolívia?
87 Peru, 72 Bolívia e Hong Kong também. Duas trades de Hong Kong já vieram aqui para levar as partes do porco. Os miúdos que o pessoal não come por aqui e lá eles comem: máscara, focinho, ouvido, unto, orelha, rim…

A última vez que eu conversei com você, você estava com o projeto de colocar carne resfriada de porco até no mercado Venezuelano…
Todas essas 700 toneladas por mês que eu estou te falando é de carne resfriada. Eles só querem resfriada. Não tem nada congelado, não. Exceto um pernil desossado, que eles compram para estratégia: guardam em estoque para socorrer, caso o consumo tenha algum pico.

Quando o acreano vai começar a comer carne de porco?
Mas, já está comendo. Nós já começamos a colocar no Araújo [supermercado] e, a partir da semana que vem, entra a linha da Dom Porquito completa: entra calabresa, entra bacon, entra bacon cubo, entra lombo temperado, costela temperada, fraldinha temperada. Os natalino também já vão começar a ser abastecidos pela Dom Porquito: pernil, leitoa…

Mas, o nosso consumo de carne de porco é muito pequeno…
É verdade. É pequeno ainda, o consumo do Acre. As pessoas ainda não conheciam a verdadeira carne suína.

E qual a verdadeira carne suína?
Há muito preconceito, por causa daquela carne consumida há tempos. Para você ter uma ideia… é um detalhe interessante. Na primeira venda, vendemos 100 quilos na semana. Só cem quilos. Na segunda venda, passou para 400 quilos. E agora, nós já estamos há quatro meses e já estamos com 3 mil quilos por semana. Em Assis Brasil!

E o que é responsável por esse aumento?
Os comerciantes e donos de pequenos supermercados dizem que as pessoas levam um pedacinho. No dia seguinte, eles voltam para comprar o resto. Isso é uma conquista lenta. O mercado vai mudar o conceito de suíno. Vamos conquistando passo a passo.

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NOTAS ECONÔMICAS

Meia verdade
A notícia em tom elogioso e entusiasmado de que a Eletrobras arrematou por aproximadamente R$ 38,9 milhões o Linhão pra Cruzeiro é verdadeira. Mas, na realidade, é uma meia verdade. De fato, a Aneel já havia ofertado os trechos por três vezes. Ninguém quis. Por norma, nesses casos, a Eletrobras assume.

Só tu, Estado!
Ou seja, para o setor privado, esse trecho não oferece nenhum atrativo de rentabilidade. São coisas que só o Estado tem obrigação de assumir.

Novo Horizonte I
A história, muitas vezes, se repete. Quem acompanha a história recente do Acre se lembra de um programa de incentivo aos pequenos empreendimentos chamado “Novo Horizonte”. Eram distribuídas cadeiras para cabeleireiros, máquinas de costura, terçados, motores de polpa etc. etc. Se a memória não falha, isso se deu no governo de Orleir Cameli, recentemente falecido.

Novo Horizonte II
É apenas para constar e lembrar que essa tentativa de combater a miséria utilizando o incentivo à pequena produção vinculada à agricultura ou à prestação de serviços de baixa qualificação é moeda antiga.

Super segmento I
O segmento supermercadista realizou workshop essa semana com presença do presidente da Associação Brasileira de Supermercados, Fernando Teruo Yamada. A Abras tem entendimento “pé no chão” em relação ao mercado brasileiro.

Super segmento II
Yamada sabe que a presença nos 27 estados brasileiros não está fortalecida apenas pela atuação das âncoras como Pão de Açúcar, Carrefour, Makro, Atacadão. O que deixa a Abras forte são as pequenas redes regionais. As responsáveis pelas pequenas associações, como a do Acre.

Super segmento III
Para Yamada, são essas associações que garantem solidez. “O Acre é um dos estados que, proporcionalmente, tem crescido o PIB mais que outros estados e isso é bom para o nosso segmento”, observa.

Super segmento IV
De fato, para os supermercados, o que mais interessa (o que mais impacta) nas vendas? Resposta: é a renda. Não se vê a dona de casa reclamando que não teve como ter acesso a financiamento de banco para poder fazer a feira do mês ou da semana.

Super segmento V
Para os consumidores dos supermercados, ter acesso a crédito não é vital. Mas, ter boa renda, impacta, sim. A leitura otimista de Yamada sobre o cenário regional guarda relação com o ambiente de segurança jurídica e financeira que se instalou aqui nos últimos anos e isso tem reflexos na renda do consumidor, mesmo com a permanência da “economia do contracheque”. Consequentemente, nas vendas em supermercados.

Crise…
É evidente a crise de representatividade política do setor comercial e industrial. Impressiona o vácuo existente. Na Aleac, não há um único representante da classe comercial ou da classe industrial acreanas.

… de representatividade
Nem Acisa, nem Fieac, nem Fecomercio, nem Faeac foram capazes de colocar no parlamento um deputado símbolo, uma referência que fale com intimidade sobre os segmentos da nossa economia. Quem ousa tratar do tema na tribuna, mia alguns cacoetes que soam mal.

Até a Câmara…
Até a Câmara de Rio Branco, nesse aspecto, está melhor. Ao menos se pode dizer que entre os vereadores da Capital têm ao menos um que representa os micro-empresários ou pequenos empreendedores.

Uni-vos!
É preciso cuidar disso. Em política, não existe vácuo. Se não há quem fale pelos empresários e pelas empresas, alguém, desqualificado, vai falar. A defesa fica fragilizada. São impublicáveis os risinhos de canto de boca de representantes do Executivo diante dos raros projetos de lei que se aventuram a tratar do setor. Fecomercio, Acisa, Federac, Faeac e Fieac, uni-vos!

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“PIB do Acre é um dos que mais cresce ”, diz presidente da Abras

ITAAN ARRUDA

O presidente da Associação Brasileira de Supermercados avalia que o crescimento do PIB acreano dos últimos anos trouxe um “ciclo virtuoso” para a consolidação do segmento no Estado. “Proporcionalmente, o PIB do Acre é um dos que mais cresce no país e isso tem reflexo direto no nosso setor”, afirmou Fernando Teruo Yamada, durante realização do 2º workshop da Abras no Acre.

Para o presidente da Abras, o segmento supermercadista não é tão dependente do acesso ao crédito. “O que mais nos impacta é a renda”, diz Yamada. “O acesso ao crédito tem mais importância para os grandes supermercados que oferecem produtos de linha branca, móveis etc. mas, para os supermercados de abrangência regio-nal, como aqui no Acre, isso tem relevância discutível”.

Yamada avalia que o consumidor, em regiões como o Acre, não precisa ter acesso a crédito para poder fazer a feira do mês ou da semana. O que dita maior ou menor consumo é a renda: o poder de compra do consumidor, mediante remuneração.

Aqui, as redes de supermercados vendem produtos básicos de consumo. Em uma ou outra empresa há o segmento premium. Mas, para os consumidores desse nicho, a questão da renda nem é avaliada por se tratar de um consumidor com bom poder de compra.

“De uma maneira geral, o Brasil todo teve mais geração de empregos e, com isso, a renda foi positiva, comparando 2013 em relação a 2012”, afirmou. “No Acre, a grande dependência do consumidor ao governo é algo ruim, e precisa ser superado, mas acredito que as ações econômicas que estão sendo executadas devem dar boas respostas logo”.

As associações de supermercados de regiões como o Acre são estratégicas para a Abras. Yamada sabe que o cenário de grandes marcas como Carrefour, Makro, Atacadão, Pão de Açúcar praticamente se restringem aos grandes centros. Mas, o que dá solidez ao segmento é a existência de pequenas redes regionais.

“Essas associações pequenas, como a do Acre são estratégicas para nós”, revela Yamada. “As lojas têm melhorado a prestação de serviços e estão com padrão de atendimento bem mehor do que há alguns anos”.

Para o presidente da Associação Acreana de Supermercados, Luiz Deliberatto, o setor ganhou em qualidade. “Nosso objetivo é aumentar conhecimentos para que a qualidade na prestação de serviços melhore cada vez mais”.

A afirmação confronta com a relação conflituosa das empresas do setor no Acre e o Ministério Público e agências de vigilância sanitária, o que obrigou à assinatura de diversos Termos de Ajustamento de Conduta para garantir o respeito às normas de vigilância sanitária e ao Código de Defesa do Consumidor.

Automação
“Hoje, a automação é uma necessidade para quem quer reduzir custos e aumentar o controle”, analisou o assessor de Soluções e Negócios da GS1, Edson Matos de Lima. A GS1 é a Associação Brasileira de Automação, com 30 anos de atuação no mercado e responsável pela aplicação do código de barras.

O setor supermercadista do Acre é um dos que mais emprega na iniciativa privada com geração direta, em toda a cadeia do varejo, de 4 a 5 mil empregos. É uma estimativa. Não há números precisos em todo Estado.

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