Produtos criados no Curso de Design de Móveis, realizado pelo Governo do Acre, em parceria com a escola Poli Design de Milão, serão apresentados na exposição “Acre – Made in Amazônia”, na primeira edição do Itália S/A – Festival da Economia Criativa, sediado em São Paulo, de 5 a 7 de novembro.
Assim como o Brasil S/A, evento que nasceu em Milão, em 2010, durante o Salão Internacional do Móvel e da Design Week e já na primeira edição recebeu cerca de 15 mil visitantes do mundo todo durante seis dias, o Itália SA será realizado em São Paulo, como uma ocasião única, em uma grande vitrine de experiências das empresas italianas e internacionais que conseguiram transformar a criatividade em negócios e a cultura em produto.
Serão três dias de evento que se alternarão em diversas atividades dedicadas às empresas brasileiras e italianas que querem desenvolver oportunidades concretas de negócios.
O Acre apresentará na exposição que tem como curadora a primeira-dama do Estado, arquiteta Marlúcia Cândida, produtos de design contemporâneo, mas impregnados da cultura local, criados durante workshop conceitual, com a participação dos alunos e coordenação dos designers Emmanuel Gallina (França), Bernardo Senna (Brasil), Eugenia Chiara (Itália) e pelo técnico industrial Sergio Frison (Itália). Além disso, representantes do Estado farão palestras que mostram os rumos do desenvolvimento do Acre.
Início – Para realizar o projeto, que tem como um de seus frutos a exposição, foi necessária uma pesquisa de referências culturais do Acre processo que rendeu material para reflexão e interpretação muito mais amplo do que inicialmente imaginado. No campo humano, a diversidade de povos que ocupam o espaço, seja há milhares de anos ou poucas décadas, apresenta iconografias, costumes e mesmo conflitos que estão impressos na história e indicam possibilidades para a compreensão de uma identidade própria que está presente também na cultura material. A natureza, por outro lado, extremamente rica, seja na geografia ou na vida animal e vegetal, mistura-se na prática do dia a dia e no imaginário da população local.
Origem – A madeira, matéria-prima do mobiliário brasileiro por excelência e, atualmente explorado de forma sustentável na região, ganha ainda mais sentido ao ser usada na confecção dos móveis dessas coleções, multiplicando imensamente seu valor e, consequentemente, o benefício econômico à terra que a produz. A combinação de diferentes tons de madeiras, é aplicado nos produtos, de maneira moderna, valorizando o material por meio da forma.
Resultado – Os produtos foram criados com vistas a importantes mercados atuais. Coleções como “Meandros” e “Yuxin”, que têm origem nos grafismos de origem indígena e nas curvas dos rios, são produtos pensados para espaços semipúblicos (contract), como hotéis, restaurantes, aeroportos e clubes. Com personalidade própria em cada peça, para atender também ao espaço privado, assim como a “Poronga” visa o uso no lazer ao ar livre e “Jatobá” serve ao uso em áreas públicas, como saguões de aeroportos, teatros e shopping centers. Já linhas como “Empate”, “Rio Acre”, “Jiboia” e “Palafita”, que fazem referência direta às marcas que o ciclo de cheia dos rios deixa nas casas ribeirinhas, estão voltadas aos ambientes residenciais, onde identidade e inovação são um importante diferencial. As luminárias da coleção “Nido” e pequenos objetos utilitários e decorativos, da coleção “Curumim”, complementam o conjunto de produtos, desenvolvidos totalmente com a participação técnica da indústria local.
A exposição é amostra do resultado desse trabalho, apresentados em uma grande vitrine que se propões a ser o evento Italia S/A. Com certeza, mais que móveis, “Acre – made in Amazônia” é um convite à história e cultura acreana. (Andréa Zílio com a colaboração de Elisângela Rocha/ Fotos cedidas)