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Cresce o número de socioeducandos inscritos no Enem 2013, segundo administração do ISE

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para detentos e adolescentes que cumprem medidas socioeducativas será realizado nos dias 3 e 4 de dezembro. As inscrições, feitas exclusivamente pela internet, encerraram na última terça-feira, 5. No Acre, 56 socioeducandos confirmaram a participação nas provas.

O Instituto Socioeducativo (ISE), responsável pela aplicação das medidas aos jovens em conflito com a lei no Estado, confirmou nesta quarta-feira, 6, que 35 socioeducandos de Rio Branco e 21 do interior farão o Enem. No ano passado, apenas 18 adolescentes realizaram o exame.

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as provas serão aplicadas nas próprias unidades socioeducativas.

O exame é destinado àqueles que já concluíram o ensino médio ou aos que não terminaram essa etapa, mas pretendem obter o certificado de conclusão por meio da avaliação, se tiverem idade mínima de 18 anos.

No primeiro dia, serão quatros horas e meia para responder questões de ciências humanas e suas tecnologias e de ciências da natureza e suas tecnologias. No dia seguinte, as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, matemática, além da redação, devem ser executadas em pelo menos cinco horas e meia.

Pré-Enem é aplicado dentro das unidades socioeducativas
Os Centros Socioeducativos e o Centro de Apoio à  Semiliberdade, ao Egresso e Família (Casef) estão trabalhando em aulas voltadas para o Enem. A coordenação da escola das medidas socioeducativas, Darquinho, programou uma série de atividades a fim de preparar os adolescentes para as provas.

De acordo com a coordenadora pedagógica do Casef, Vangela Silva, os socioeducandos têm grandes chances de obterem bons resultados no exame. “Eles estão resolvendo provas anteriores, produzindo redações e fazendo análises. A equipe está trabalhando duro para combater a maior dificuldade deles, que é a interpretação de texto. Mas tenho boas expectativas em relação ao desempenho dos meninos”, afirma.

O socioeducando José  Mateus (nome fictício), 18, cumpre semiliberdade. Ele conta que há alguns meses estava matriculado em uma escola estadual fora dali, mas que tinha problemas para alcançar o ritmo das aulas. Por esse motivo, preferiu ser transferido para a Darquinho, no Casef. “Lá era somente uma professora para dar conta de mais de 40 estudantes. Aqui tenho vários professores dando atenção reforçada. Daí, quando soube que iria ter o Enem das medidas socioeducativas, eu não pensei duas vezes e me matriculei. Quero ser professor de Educação Física”, determina.

Segundo o presidente do ISE, Henrique Corinto, a maioria dos adolescentes que chega às unidades possui um déficit de aprendizagem. “Essa é  uma herança de séries e escolas anteriores. Se o aluno não tem uma boa base no ensino fundamental, consequentemente, ele chegará  ao nível médio com problemas para resolver assuntos mais avançados. Portanto, o desafio da nossa equipe pedagógica é minimizar essa diferença e estimulá-los aos estudos”, finaliza. (Texto e foto: Brenna Amâncio / Assessoria ISE)


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