Ministério da Justiça quer enviar uma força tarefa a Brasiléia, no Acre, que recebe em média 50 refugiados haitianos diariamente. O governo construiu um abrigo com 200 vagas para recebê-los. Hoje, mais de 800 vivem no local. De inicia-tiva louvável, ele passou a vilão. A superlotação e as péssimas condições de higiene do abrigo foram denunciadas numa audiência especial da Organização dos Estados Americanos em 31 de outubro. Chefe da missão de paz no Haiti, o governo teme que o caso manche a reputação do Brasil. A missão deles é remediar a situação.
Os políticos locais seguem caminho inverso. Temem que melhoras no abrigo atraiam mais imigrantes, já rejeitados pela população local, e prejudiquem seus projetos eleitorais. (Revista Época)
Boom na imigração para SP – A imigração de haitianos para São Paulo tem disparado. Em 2013 já chegaram 1.631 deles ao Centro de Estudos Migratórios da ONG Missão Paz, sendo que em 2011 foram 35. O diretor da entidade, Paolo Parise, explicou que a cidade atrai principalmente homens e trabalhadores para a construção civil.
A ONU mantém uma missão de paz no Haiti desde 2004. A ação é contestada devido à presença militar e aos poucos resultados efetivos na reconstrução do país.
O fluxo migratório de haitianos para o Brasil sofreu alterações bruscas desde março deste ano porque o Governo Federal decidiu suspender o limite anual de vistos – antes restrito a 1.200 autorizações. Com isso, o consulado brasileiro, localizado na capital haitiana, Porto Príncipe, passou a exigir apenas passaporte, atestado de bons antecedentes e a própria taxa do visto, de US$ 200. O objetivo brasileiro é combater a imigração clandestina.
Parise disse que, apesar da intenção governamental de melhorar as condições precárias em que vivem os haitianos em seu país, o Brasil não oferece políticas públicas que atendam a eles.
Ele relatou que muitos haitianos continuam vivendo em situações de pobreza do Brasil, como em cortiços, favelas e pensões. Recentemente, cerca de 90 pessoas foram expulsas de uma ocupação na Mooca, na zona leste. Os trabalhadores teriam sido enganados sobre as condições do local. “Eles chegaram a pagar 300 reais, cada um, para um suposto proprietário, sem saber que se tratava de uma ocupação”.
Segundo o Ministério da Justiça, os 1,5 milhão de estrangeiros residentes no Brasil representam apenas 0,3% da população. (Do Portal da Rede Brasil Atual)