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Mulher tem moto furtada e acusa a polícia de fazer ‘corpo mole’

A autônoma Eliane Ferreira Lima denunciou À GAZETA que foi mal instruída no caso do furto de sua moto em delegacias de polícia tanto em Rio Branco, quanto em Porto Acre. Ela contou que teve a sua moto furtada no dia 10 de maio deste ano. Logo após o crime, Eliane relata ter ido à delegacia da 4ª regional para prestar boletim de ocorrência.

Sete meses e meio depois, ela teve notícias do seu ‘ex’-veículo. A moto teria sido recentemente multada 2 vezes.  Uma delas por ter o lacre violado (multa gravíssima; no valor de R$ 153,23) e a outra por dirigir sem habilitação (multa leve), já que a moto havia sido furtada. Com as multas em mãos, destinadas a um rapaz (cujo nome não pode ser revelado por se tratar de um dado policial sigiloso), Eliane foi à delegacia localizar quem estava andando com sua moto.

Na quinta-feira da semana passada, dia 21, ao comparecer à delegacia da 4ª regional, onde fez o 1º Boletim de Ocorrência, Eliane conta ter sido informada que o lugar estava sem sistema. Daí, ela voltou no dia seguinte e teve mais problemas: disseram que seu boletim de ocorrência não teria sido lançado direito no sistema e por isso as investigações sobre a moto estavam ‘devagar’.

Eliane apresentou as multas e o nome do rapaz às quais elas foram aplicadas. Após fazerem busca no sistema, acharam o nome dele. Foi descoberto que o rapaz tem ficha criminal e é morador de um ramal de Porto Acre (cujo nome também não pode ser revelado). Mas saber do endereço do possível furtador não adiantou muito. Segundo ela, mesmo com a ficha do rapaz, os policiais a avisaram que não poderiam ir até lá, no município, recuperar a moto porque não seria a ‘jurisdição’ da 4ª regional. Conclusão: ela ‘teria que’ ir até Porto Acre para pegar a moto de volta.

E foi o que Eliane fez. Ontem, 25, após os insucessos na delegacia de Rio Branco, ela se dirigiu a Porto Acre para mostrar seu caso na delegacia de lá. Para a sua surpresa, nada se resolveu.

“Disseram que o caso era da 4ª regional e que eles é que deveriam ir até o rapaz para recuperar a moto. Disseram que o ramal é de difícil acesso e que só um carro traçado entraria lá para reaver a moto, e que não têm um veículo assim lá. Isso é um absurdo. Ficam me passando de um lugar pra outro e não resolvem nada”, desabafou a autônoma. Na tarde de ontem, ela foi levar o seu caso ao conhecimento da corregedoria da Polícia Civil.

Polícia Civil nega erro em BO e diz que instrução dada à denunciante será apurada
Ao ser informada sobre o caso de Eliane, a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil informou que a denunciante deveria mesmo ir até a corregedoria da instituição ou esperar que o órgão entre em contato com ela para investigar as atuações das delegacias. A assessoria negou, no entanto, que possa ter havido qualquer erro no boletim de ocorrência, conforme denunciou a mulher. Isso porque um boletim de ocorrência só é emitido quando o sistema já gravou ele.

A Assessoria aproveitou para informar que a Polícia Civil inteira atua com um sistema integrado. Portanto, seja em Rio Branco ou seja em Porto Acre, a delegacia que receber um caso como este deverá enviá-lo ao delegado e atuar de imediato, em no máximo 24 horas, para recuperar a moto e atuar o suspeito do furto. Este é um trabalho real de troca de informações da polícia. Por isso, a Comunicação do órgão informa que pode ter acontecido, no caso de Eliane, é de ela ter sido mal informada ou ter entendido errado as orientações que lhe foram dadas.

A Assessoria informou também que a corregedoria vai apurar e constatar se houve ou não estes equívocos relatados por Eliane por parte das 2 delegacias. Mas que o caso precisa ser levado ao conhecimento da corregedoria. Se forem confirmados quaisquer erros, as providências serão tomadas. Quanto às multas, a Assessoria afirmou que, tendo o B.O. do furto da moto, Eliane poderá anulá-las junto ao Detran.  (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)


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