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Especulações apontam que as bacias acreanas não serão arrematadas no leilão de hoje da ANP

A 12ª Rodada de Licitações, que oferece nove blocos na Bacia do Acre, ocorre hoje, 28. A área total em oferta é de 19.719 km² e o valor mínimo por bloco pago pelas empresas vencedoras antes da assinatura do contrato vai de R$ 86 mil a R$ 669 mil, pelo período exploratório de 5 anos. Mas, o sonho acreano pode não se concretizar, pois existem especulações do não arremate das áreas na região amazônica.

Dez empresas, do total de 21 companhias habilitadas de 11 países, entregaram à ANP garantias para participar do processo licitatório. De acordo com informações, esta decisão depende exclusivamente das empresas.

Geralmente quem arremata bacias maduras, com alto índice exploratório, são empresas menores ou iniciantes. Já as bacias denominadas ‘nova fronteira’, ou seja, com pouco conhecimento geológico, devem ter uma boa saúde financeira e serem consolidadas no mercado.

A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, explica que,  após a assinatura do contrato, começa a fase de exploração do bloco. Depois disso é que um diagnóstico é feito para saber o potencial.

“Mas às áreas que colocamos na rodada entendemos que merecem ser licitadas por terem fortes evidências de possibilidade de exploração”, confirma.

Além disso, a rodada é o 1º passo para a cultura do gás em terra no Brasil e para descentralizar o investimento exploratório do produto das regiões Sul e Sudeste, abrangendo regiões do Norte e Nordeste do país.

“O foco desta rodada são pesquisas de exploração do gás em terra em diversos pontos do país. Enxergamos indícios de haver gás natural do Norte até o Sul. A expectativa é grande. O sucesso da rodada será medido pela venda dos blocos nas diversas regiões do país”, ressalta a diretora.

Os blocos da Bacia do Acre estão localizados total ou parcialmente em Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Rodrigues Alves, no Acre e em Guajará e Ipixuna, no Amazonas

“Há 15 anos não existia a ideia de o gás natural relevante na matriz energética brasileira. Em 2000, o gás era 5% na matriz energética e em 2011 já era 10%. Percebemos um crescimento importante, mas ainda importamos muito gás. Em 2012 importamos 36 milhões de m³ de Gás Natural Liquefeito (GNL) para suprir a fontes brasileiras”, confirma a diretora-geral.

Questão ambiental
São esperadas manifestações pacíficas antes do início do leilão, motivadas principalmente pela questão ambiental, já que de acordo com as entidades, a extração do gás, principalmente pelo modelo de faturamento hidráulico no caso do gás não convencional, poderá acarretar riscos de contaminação dos aquíferos e prejudicar o uso humano nas bacias sedimentares onde ficam os blocos exploratórios ofertados.

De acordo com o superintendente adjunto de segurança operacional e meio ambiente da ANP, Hugo Affonso, todas as medidas de segurança para exploração do gás não convencional serão adotadas.

A preocupação é evitar que as bacias brasileiras tenham problemas como regiões dos Estados Unidos, onde moradores próximos aos lençóis freáticos explorados denunciam a poluição da água com o simples gesto de riscar um isqueiro próximo às torneiras para acender labaredas através do gás conhecido como xisto que flui pela tubulação. 

A ANP estima que o país tenha 14,6 trilhões de metros cúbicos de reserva do gás.


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