Em declarações feitas pelos deputados estaduais, federais e pelo senador Aníbal Diniz (PT/AC) durante sessão do parlamento amazônico, um aspecto fica destacado: a falta de articulação parlamentar unificada a respeito das políticas de crescimento econômico para região.
“Será que a Zona Franca de Manaus estaria plenamente à disposição em simplificar os processos para ampliação das áreas de livre comércio?”, pergunta o senador acreano, Aníbal Diniz (PT/AC).
Diniz, o único representante do Senado no encontro, defende a ampliação de áreas de livre comércio para todas as cidades da Amazônia Legal que fazem fronteira com o Brasil. No Acre, seriam beneficiadas as cidades de Assis Brasil, Santa Rosa do Purus, Plácido de Castro e Capixaba.
E foi mais enfático em estabelecer estratégias para defender as ALC’s. “As Áreas de livre comércio não podem ficar reféns de uma decisão de Manaus”, atacou. No entendimento do senador, a bancada manauara vê com antipatia a ampliação do número de zonas com isenção tributária na região.
“No entanto, é preciso dizer que a nossa ação, enquanto parlamentares, e sobretudo enquanto parlamentares do Acre, não pode ficar restrita à questão das Áreas de Livre Comércio”, ressaltou Diniz. “Essa ação faz parte de um conjunto de outras ações”.
Essa ressalva de Diniz contempla a representação das federações das indústrias presentes à sessão do Parlamento Amazônico. “O Acre fez a decisão correta em construir infraestrutura adequada para a sua vocação de busca por um desenvolvimento sustentável”.
“Manaus não tem interesse em enfraquecer as ALCs”
Para o deputado estadual amazonense Adjuto Afonso (PP/AM), essa polarização em relação à Manaus não condiz com a verdade. “Manaus não tem interesse em enfraquecer a ampliação das áreas de livre comércio”, assegurou. “Na feira da Amazônia, o superintendente da Zona Franca de Manaus estimulou a criação das áreas de livre comércio”. O que eu acho é que não tem como a Suframa lá, concentrada em Manaus, atender uma área aqui no Acre. Ela tem que se estruturar melhor”.
Afonso lembrou que o governador do Amazonas perguntou ao ministro do Desenvolvimento porque uma moto montada na Zona Franca de Manaus era mais barata em Letícia, na Colômbia do que em tabatinga, no Amazonas. “A resposta foi: ‘a moto, quando é vendida para Letícia, é vendida com incentivos’”. A fala do deputado foi uma tentativa de defesa da ampliação das Áreas de Livre Comércio.
“Que se faça o Acre todo como Área de Livre Comércio”, diz presidente do Parlamento Amazônico
ITAAN ARRUDA
O vice-presidente da Conferência Parlamentar das Américas e presidente do Parlamento Amazônico, deputado estadual Luiz Tchê (PDT/AC), quer aumentar o poder de fogo do lobby da instituição praticamente virtual no Congresso Brasileiro.
Articula mudanças no estatuto da instituição para que parlamentares federais possam engrossar as fileiras e, dessa forma, aumentar a pressão política em torno de benefícios para a região.
“Nos nove estados da Amazônia Legal, há 27 senadores”, contabiliza Tchê. “É um terço do Senado e mais de cem deputados federais e isso ajuda muito no debate, fortalece o debate político”.
Para o parlamentar, a proposta dos free-shops não resolve o problema dos comerciantes acreanos instalados na fronteira. Para ele, o que resolve (ou ameniza a situação de crise sistêmica) é a efetivação das áreas de livre comércio.
“Que se faça o Acre todo como Área de Livre Comércio”. Atualmente, o Acre tem três regiões com benefícios fiscais: Brasiléia, Epitaciolândia e Cruzeiro do Sul. Aqui, os principais trechos da conversa com o parlamentar acreano.
Qual foi a prioridade na elaboração da Carta de Rio Branco?
Nós tratamos como prioridade o comércio na área de fronteira. Nós vivemos de braços cruzados, enquanto os bolivianos e Cobija crescem enquanto os comerciantes de Brasiléia só reclamam. Uma das coisas que precisamos fazer urgentemente é estender a Área de Livre Comércio e tentar um entendimento de que essa Área de Livre Comércio se estenda até Rio Branco. Ou que se faça o Acre todo uma área de Livre Comércio para que tenhamos os benefícios que e lei nos permite e que a gente fortaleça aquele comércio lá [na fronteira]. Hoje, existem regiões aqui no Acre, como Capixaba e Plácido de Castro que têm comércio de fronteira que pode ser fortalecido do lado brasileiro, do lado acreano e não apenas do lado da Bolívia.
Seriam criados novos problemas com a extensão da área de livre comércio para o Estado todo, não?
Não seria apenas o Acre o beneficiado. Nessa discussão estão outros estados como Amapá, Roraima, Amazonas, Rondônia. A ideia é unir forças. Aqui estavam deputados federais, senadores para que os debates não fiquem só na conversa, mas que tenham efeitos práticos.
Hoje, o Acre tem três áreas de livre comércio. Como a entrada de parlamentares federais pode aumentar efetivamente a pressão para que se estendam as áreas de livre comércio?
Pela experiência que eu tenho na Conferência Parlamentar das Américas, que reúne países de todas américas, lá é assim: reúne-se parlamentares estaduais, federais e senadores. E os resultados são positivos. Porque hoje, os deputados estaduais acabam fazendo as discussões nas assembleias regionais, nos seus estados, e isso não tem eco no Congresso Nacional porque quem efetivamente resolve esse problema no nível da legislação são os deputados federais e senadores.
E qual a dificuldade de se mudar o estatuto?
Olha, hoje, o Parlamento Amazônico reúne nove estados, por inclui Maranhão e o Mato Grosso. Isso resultado, na prática, em 27 senadores. É um terço do Senado. Nós precisamos fazer essa mudança.
A proposta das free-shops resolve o problema?
Não. Não resolve. No que se refere às Áreas de Livre Comércio, por exemplo, só estão na ideia. Não se efetiva nada. Os comerciantes de Brasiléia e Epitaciolândia continuam em crise. Nós precisamos ter uma Suframa estruturada para agilizar os trabalhos de desembaraço aduaneiro. E não existe isso. As free-shops não está sancionada ainda. Teria uma reunião semana passada em Brasília para definir isso, mas ainda não aconteceu. As free-shops não resolvem o problema dos comerciantes da região de fronteira. Eu acho que a área de livre comércio efetivada.
(Fotos: Cedidas)
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EMPREENDEDORES: Portal especializado para todo tipo de obra qualifica informação na construção civil
ITAAN ARRUDA*
O quadro Empreendedores desta edição traz informações sobre um serviço inédito no país. Trata-se da abertura de uma empresa que pode agilizar os serviços vinculados aos fornecedores do mercado regional da construção civil.
A partir deste mês, o mercado brasileiro de engenharia e construção terá à disposição uma plataforma online de negócios, serviços e jornalismo dedicada exclusivamente ao mercado de equipamentos para construção, infraestrutura e logística – o Portal dos Equipamentos.
O novo portal informa gratuitamente sobre serviços, ferramentas de busca e comércio eletrônico para integrar construtoras, empreiteiras, órgãos públicos, fabricantes, revendas, locadores e prestadores de serviço, formando uma comunidade segmentada de colaboração e negócios.
A assessoria da empresa compara. “Vai funcionar como se fosse uma espécie de Google da construção civil”. O portal foi criado para suprir as necessidades dos usuários de equipamentos num único ambiente digital.
A partir desse serviço, compradores, engenheiros, operadores e gestores de frota, passam a ter reunidas, em um só ambiente informações sobre 3.000 fabricantes, revendas e locadores em todo o país, além de um abrangente catálogo com imagens, vídeos, estudos de caso e especificações técnicas sobre mais de 2.500 máquinas e equipamentos das principais marcas.
Como o mercado imobiliário do Acre tem melhorado qualidade com a construção de prédios especializados em determinados segmentos do comércio ou condomínios de luxo, um portal com informações também especializadas ajuda no fluxo de informação com garantia de boa qualidade.
A plataforma dispõe também um fluxo constante de matérias e notícias, além de todo o conteúdo da TV da Obra – a primeira Web TV especializada em construção e infraestrutura – que já gravou reportagens em obras como Belo Monte, Usinas de Jirau e Santo Antônio, Parque Olímpico de Londres além de coberturas de eventos internacionais em Paris e Las Vegas.
Duas empresas com experiência no setor da construção assinam o projeto. De um lado a e-Construmarket, líder em soluções de internet para empresas e profissionais da Arquitetura, Engenharia e Construção. Do outro a Timepress, há duas décadas, a principal agência de jornalismo especializado no setor de equipamentos para construção e infraestrutura e idealizadora da TV da Obra, que há quatro anos apresenta vídeo reportagens sobre as tecnologias e desafios de engenharia nos canteiros, além dos principais eventos internacionais.
Integrado às plataformas da e-Construmarket – AECweb, Construmanager, Construcompras e Rede de Obras – que há 12 são utilizadas pelas principais construtoras do país – o Portal dos Equipamentos faz parte de uma rede que conecta mais de 15 mil construtoras, 30 mil obras e projetos e 200 mil profissionais em um setor que representa, aproximadamente, 15% do PIB nacional.
“O volume de consultas de construtoras, engenheiros e compradores que utilizam o Portal AECweb e o Construcompras para buscar informações e fazer orçamentos para compra e locação de equipamentos cresceu muito nos últimos anos. Nós já havíamos criado um Canal Temático direcionado a este segmento e através da parceria com a Timepress resolvemos expandir e lançar um portal especializado com muito mais serviços e conteúdo. A partir deste mês toda a audiência que tínhamos neste segmento será canalizada para o Portal dos Equipamentos”, explica Juan Pablo Bosch, diretor de Marketing da e-Construmarket.
“Nos principais mercados do mundo já existem portais B2B para o setor de equipamentos. Nosso objetivo, com a criação do primeiro portal brasileiro dedicado a este segmento é proporcionar ganhos de eficiência, economia e agilidade nas operações das empresas e aproximar compradores e vendedores na cadeia equipamentos para construção”, ressalta Marina Bighetti, diretora da Timepress Comunicação e do projeto.
De acordo com a Rede de Obras, ferramenta de inteligência de mercado da e-Construmarket, o Brasil tem hoje mais de 30 mil obras e projetos em andamento. “Os profissionais que compram equipamentos estão dispersos geograficamente e não havia na internet uma referência nacional de informação e consulta para este público”, ressalta Juan Pablo Bosch, que também é diretor do Portal dos Equipamentos. “As informações técnicas sobre os equipamentos disponíveis no país estavam espalhadas pela internet, sem uma estrutura padronizada de apresentação. O portal organizou este conteúdo para consulta e incorporou ferramentas de interação e comércio eletrônico, além de recursos para pesquisar e comparar com muita facilidade os modelos e as marcas disponíveis no país”, complementa.
Para os idealizadores do Portal, a plataforma surge como resposta às mudanças drásticas pelas quais o mercado de equipamentos vem passando nos últimos dez anos: o aumento da competitividade , a multiplicação das opções de marcas e modelos disponíveis no país e a mudança de perfil do comprador de equipamentos, que cada vez mais utiliza a internet para pesquisar e definir uma compra.
Além de atender às necessidades dos compradores e usuários, a plataforma oferece também uma série de serviços para que os fabricantes, revendedores e locadores de equipamentos aproveitem o potencial do vídeo e o alcance da internet para desenvolver ações de relacionamento, marketing digital e negócios.
*Com informações da Timepress Comunicação Empresarial (contato: Luciene Balbino – [email protected]) www.timepress.com.br
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NOTAS ECONÔMICAS
Juventude
A juventude de Rio Branco é triste? Não. Mas, o cenário em que a maioria está inserida, é medonho. Relatório elaborado recentemente pela prefeitura da Capital é claro e os números não mentem. “Em 2010, aconteceram 88 homicídios com jovens de 15 a 18 anos, com 26 mortes de jovens negros”, diz o documento.
Interior
A juventude do interior está igualmente vulnerável em função de outros tipos de violência, além do agravo de várias ausências do poder público. Em Rio Branco, o cenário de pobreza ou extrema pobreza é mais agressivo por causa dos encantos do universo de consumo acessível a poucos jovens.
Fetiche
A dinâmica é a seguinte: o desejo de consumo é socializado, comunitário, dividido, compartilhado. Mas, a compra e a posse são privativas a grupo seleto. É uma história antiga que, no Acre, ganha contornos de drama.
Canetada I
A prefeitura de Rio Branco, mais atenta ao problema, criou o programa Juventude Viva. Tenta “trabalhar a cultura da paz para minimizar os efeitos da violência entre os jovens negros”. É um arremedo. Não enfrenta as causas: ataca a consequência. Mas, já é alguma coisa.
Canetada II
Sobre esses problemas, nenhuma prefeitura tem muita possibilidade de ação. Faz o que pode ser feito. A criminalidade é mais reflexo das canetadas do ministro Guido Mantega do que das decisões do prefeito Marcus Alexandre.
4%
A Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia Legislativa é clara: em 2014, pelo Orçamento disponibilizado pelo poder Executivo, o Governo do Acre terá 4% para investimentos. É isso mesmo, leitor! 4%.
Ainda bem
Desconfia-se que, proporcionalmente, até vendedor de pipoca tem melhores condições de investir. Matematicamente, seria quase insanidade administrar um Estado com esse percentual para investimento.
Política
Nesse cenário, é que entram a política e as várias possibilidades que ela constrói. Sem a política, o Acre estaria inviabilizado. Crescem em importância os recursos conquistados com ampliação da base produtiva, convênios, parcerias com instituições internacionais. Mais do que em qualquer outro lugar, no Acre, as conquistas são na base da teimosia.
Free-shops
Parlamento Amazônico traz discussão a respeito do comércio na região de fronteira. É um tema muito apropriado para o Acre. Com três Áreas de Livre Comércio, o Acre vê definhar a economia das pequenas empresas nessas regiões.
Capital procura…
Não tem jeito: é próprio do sistema capitalista: capital procura por capital. Existe até uma máxima popular que afirma: “dinheiro faz dinheiro”. A explicação sobre a concentração de capital nas áreas de fronteira esbarra nesse argumento econômico.
Resolução?
Os free-shops que serão abertos nas cidades de Brasiléia e Epitaciolândia vão resolver o problema do comércio da cidade? Resposta: não. A possibilidade de que os pequenos comerciantes continuem no cenário de crise é grande.
Critérios
Não se sabe ao certo quais os critérios para se abrir uma free-shop; quem vai ser beneficiado; quais produtos, de fato, serão permitidos comercialização.
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Orçamento 2014 permite somente 4% dos recursos para investimento
ITAAN ARRUDA
A peça orçamentária que os 24 deputados vão aprovar esta semana na Assembleia Legislativa mostra que o Governo do Acre vai ter disponível apenas 4% dos recursos com condições para realizar “investimentos”.
No total, o Governo terá 5,331 bilhões para manter toda máquina pública funcionando durante todo o ano que vem. O que sobra pode ser canalizado para “investimento”. O problema é que sobra pouco.
Para um Estado como o Acre, ter R$ 213,2 milhões para investimentos não garante sustentabilidade em nenhum setor. Ampliar essa base necessita de uma economia mais aquecida, de um comércio mais dinâmico para que se aumente a arrecadação e, consequentemente, torne o orçamento mais elástico.
Sem isso, o Governo do Acre fica refém das parcerias com instituições internacionais, empréstimos internacionais, convênios em áreas específicas com o Governo Federal. “Inclui-se aí nesses quatro por cento as contrapartidas das operações de crédito”, confirma o relator do Orçamento na Aleac, deputado estadual Geraldo Pereira (PT), presidente da Comissão de Orçamento e Finanças da Aleac. “Imagine a engenharia e o esforço necessário para que o governo faça os investimentos que vem fazendo”.
O parlamentar defende o governo expondo o curto orçamento. “O problema é que todo mundo quer dinheiro, mas o governo vai tirar de qual fonte”, afirma Pereira. “Para um deputado fazer uma emenda ao orçamento, ele tem que saber de onde está tirando o dinheiro. Nesses casos, um setor que sempre é lembrado para que se diminua o orçamento é o da mídia porque é o setor mais vulnerável”.
A avaliação de Geraldo Pereira é de que o Estado tivesse, com um orçamento de R$ 5,331 bilhões, 50% de capacidade de investimento. “Esse seria o cenário ideal”, diz, em tom de lamento.
(Foto: Ascom Aleac)
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Pesquisa do IBGE aponta redução na taxa de mortalidade entre crianças em 2013
ITAAN ARRUDA
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou a extensa reunião de dados da Síntese de Indicadores Sociais de 2013. A meta era atingir o que estabelece a Organização das Nações Unidas por meio dos Objetivos do Milênio, 17,9 óbitos a cada mil nascidos vivos.
A tendência do Brasil é de redução da taxa de mortalidade (até cinco anos). Em 2013, o IBGE registrou 18,6 óbitos por cada grupo de mil nascidos vivos. É um número bem melhor do que o registrado em 1990 (53,7 por mil).
No Nordeste a índice despencou: saiu de 87,3 em 1990, para 22,1 agora em 2013. Há três anos o Sudeste tinha 13,4 óbitos a cada mil crianças nascidas vivas; no Sul, era de 15,5 e no Norte, 25.
A mortalidade infantil (crianças que morrem antes de completar um ano de vida) também caiu. Passou de 47,1 mortes por mil nascidos vivos para 16,0 por mil. O Nordeste, mais uma vez foi o campeão no desempenho: baixou de 75,8 para 19,1 óbitos a cada grupo de mil nascidos vivos.
“Entre 1990 e 2010, também houve queda de 51% da razão de mortalidade materna, que estima o risco de morte de mulheres durante a gravidez, parto ou aborto e puerpério (período até 42 dias após o parto), atribuída a causas relacionadas a essas fases”, pontua o site do IBGE. “Em 2010 eram 68,2 mortes por 100 mil nascidos vivos, quase o dobro da meta dos Objetivos do Milênio de 35 óbitos por 100 mil nascidos vivos em 2015, mas bem abaixo do indicador de 1990 (143,2 por mil nascidos vivos)”.
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Polo Logístico é aposta do comércio para o desenvolvimento
A construção de um polo logístico para reunir em um único endereço todas distribuidoras e transportadoras era um sonho antigo da categoria, que na visão da presidente do Sindicato das Transportadoras do Acre, Nazaré Cunha, se concretizou essa semana, quando o governador Tião Viana e o secretário Edvaldo Magalhães entregaram as primeiras 17 escrituras de concessão de área.
“Agora sim podemos dizer que nosso sonho se tornou realidade. Por cerca de 10 anos sonhamos com a construção desse polo, para poder expandir nossos negócios e gerar emprego no nosso Estado”, comentou Nazaré.
O polo logístico de Rio Branco deve gerar de imediato cerca de 500 novos empregos diretos, dados baseados nos Planos de Negócios apresentados pelos empresários. Mas segundo Pedro Neves, presidente da Associação dos Distribuidores e Atacadista do Acre, os números de empregos indiretos também devem aumentar consideravelmente.
“Com a mudança para o polo, todas as empresas irão crescer muito mais, teremos mais espaço físico, consequentemente, vamos ter mais volumes de negócios e mais clientes. Naturalmente o número de empregos diretos e indiretos vai subir bastante. Diria que os indiretos devem chegar a 50% a mais”, afirmou.
Para o secretário de Desenvolvimento, Edvaldo Magalhães uma obra como essa muda de maneira significativa a vida das pessoas. “O polo logístico é uma obra que beneficiará diretamente o povo acreano, que terá mais oportunidades de empregos, mais qualidade de vida, já que perderá menos tempo no trânsito – pois carretas não circularão mais dentro da cidade – e aumentará a receita do Estado”, declarou.
Nesta primeira fase o governo está investindo R$ 12,3 milhões, na compra do terreno e na infraestrutura da área, mas devido a grande procura do setor, em breve, mais 84 hectares do terreno receberá toda infraestrutura para receber mais empresa.
Segundo Edvaldo Magalhães 10 empresas já apresentaram projetos para adquirir concessão de área, nesta segunda fase. “Nós estamos oferecendo todas as vantagens possíveis. Acreditamos que é fomentando o setor que vamos atrair mais investimentos para o Estado, e os empresários acreanos estão acreditando e apostando nesse novo negócio”, disse Edvaldo.
Oportunidades e vantagens que estão sendo aproveitadas pelo empresariado local. O empresário Marcello Moura, filho do saudoso Roberto Moura, adquiriu uma concessão no polo e deve investir cerca de R$ 17 milhões.
“Este era um sonho do meu pai, que nós estamos tocando em frente, e neste primeiro momento vamos levar três de nossas empresas para o polo, sendo: dois atacados generalista e uma distribuidora de bebidas. Mas, na segunda fase do projeto, nós iremos entrar com um novo plano de negócios para adquirir uma nova área, onde queremos reunir em um único lugar todo o grupo Recol”, declarou.
Além da área com todas as infraestruturas possíveis, o governo entrega ao empresário a escritura de concessão do terreno, com este documento ele pode utilizar como garantia, para adquirir financiamento junto ao Banco da Amazônia.
Para se ter uma ideia, nesta primeira fase do Polo, que será ocupado por 17 empresas, juntas investiram R$ 99,9 milhões, na construção de suas estruturas. Sendo, que R$ 22,1 milhões são investimentos próprios e R$ 77,8 milhões financiado pelo Basa.