O combustível das refinarias ficou mais caro no país inteiro desde o último sábado, 30, após anúncio feito pela Petrobras. Os reajustes foram de 4% para a gasolina e de 8% para o diesel.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Postos de Combustíveis do Acre, Romeu Delilo, o aumento do preço médio do produto, em Rio Branco, foi de 12 centavos.
A capital acreana possui mais de 50 postos de combustível, sendo que cada um determina o valor a ser cobrado do consumidor, segundo Romeu. “Ainda não posso dizer sobre o preço das outras distribuidoras, além da Petrobras. Acontece que algumas ainda estão vendendo o combustível do antigo estoque. No entanto, creio que a partir de hoje, todos os lugares já estarão com a modificação no preço. Nos municípios do interior, o aumento deve ser maior”.
O diretor sindical aponta algumas alternativas para o consumidor não sentir tanto o peso do aumento no bolso. “Pessoas que vão para o mesmo destino podem optar pela carona ou pesquisar o posto com a gasolina mais barata e de melhor qualidade. É bom também abastecer no ponto mais próximo de casa, para diminuir o consumo do veículo. Infelizmente, não tem outra saída”, lamenta.
Romeu Delilo ainda fez o alerta para um novo reajuste no início de 2014. “O ministro Guido Mantega e a presidenta Dilma Rousseff não querem que o combustível aumente, mas chega uma hora em que não dá para aguentar, alega a Petrobras. A justificativa repassada diz que o prejuízo é grande. Pelas notícias que temos, é bem provável que até janeiro haja outro aumento”, afirma.
Os proprietários dos postos repassam 25% da gasolina para o Estado, sendo que o lucro deles não chega aos 10%. Sobre isso, o diretor faz algumas reclamações. “Há um tempo, o Brasil se dizia auto-suficiente e, na realidade, parece-me que nunca foi. Eles continuam sempre importando a gasolina e o diesel. Creio que não conseguem atender o mercado interno. Esperamos que, com essas novas descobertas de pré-sal, consigamos exportar e reduzir o custo do combustível para os brasileiros. A gente não quer que aumente. Toda vez que isso acontece é uma grande dificuldade. O aumento só é bom para a Petrobras e para o governo, que retêm os impostos”, declara.
O aumento realizado pela Petrobras se deve à implantação de uma nova política de preços, que tem o objetivo de alcançar as referências internacionais. Com o reajuste, a empresa espera evitar que os indicadores de endividamento e alavancagem retornem aos limites estabelecidos no Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, em até 24 meses.