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Pacientes reclamam da fila de espera gerada pela falta de médicos na UPA do Tucumã

Pacientes que procuraram a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tucumã, na manhã de ontem, 20, se depararam com fila, muita espera e apenas um clínico geral. Revoltados, os doentes chamaram a equipe de A GAZETA para registrar o que eles chamavam de ‘descaso’.

A executiva de vendas Nágila Santos, 40, levou o filho, que está com suspeita de leptospirose, à unidade. No local, segundo ela, os funcionários se negaram a fazer os exames. “Meu filho é uma criança e está com febra há sete dias. Então chegamos aqui e tenho que ouvir isso? Esse serviço não é de graça. Nós que pagamos com impostos”, desabafa.

Segundo a cuidadora de idosos Débora Moraes, 30, que aguardava atendimento para ela e para a filha, de 2 anos de idade, há uma desorganização no sistema. “Estou com suspeita de câncer e acho que vão me deixar morrer. Já fui na Cecon. Lá, eles dizem que preciso de um encaminhamento da UPA e aqui dizem que não podem fazer nada”, relata.

A desempregada Launa Menezes, 24, que acompanhava a irmã doente, denunciou a demora no atendimento. “Faz tempo que cheguei e a senha no painel eletrônico é a mesma. Aqui tem pelo menos 60 pessoas e a fila não anda. Não sabemos o que está acontecendo lá dentro, mas aqui fora têm pessoas precisando de consulta e tratamento. Quando fui fazer o cadastro na recepção, a atendente olhou pra mim e disse de forma frisada que ia demorar muito. Sem outra escolha, nos resta esperar”, reclama.

De acordo com a dona de casa Jorgeane Sampaio, 26, é revoltante para uma mãe ver a filha doente e não haver nenhum pediatra na UPA em plena segunda-feira. “Aqui a espera é de pelo menos 6h. Isso é um absurdo. Deveria ter mais médicos. Tem gente que fica no aguardo o dia inteiro e não tem 1 centavo para fazer sua refeição. Moro aqui perto e esses episódios são comuns. Sempre falta pediatra e quando tem, ele fica pouco tempo”, acusa.

Com a filha de 15 anos doente, a dona de casa Maria de Paula Rodrigues, 37, entrou em aflição ao perceber que a demanda era maior do que um profissional poderia suprir. “A minha menina é uma pessoa com deficiência mental e está desmaiando toda hora. Estou aqui desde cedo e me vejo de mãos atadas”, declara.

Um funcionário da UPA do Tucumã informou que na escala deve haver quatro médicos realizando os atendimentos no local. No entanto, segundo ele, dois teriam tirado férias em janeiro e uma médica ficara doente. Por isso, excepcionalmente ontem, a unidade estava funcionando com apenas um profissional da saúde. O funcionário disse ainda, que pelo período da tarde chegariam reforços.


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