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Boicote à audiência pública gera desconforto entre Aleac e CUT

 
A audiência pública que seria presidida pela Comissão de Legislação Agrária da Aleac, na manhã de ontem, 6, foi cancelada. O evento deveria contar com a participação de diversos órgãos ligados ao setor agrário e ‘posseiros’ do Porto Luís, área em conflito. São 100 famílias que ocupam mais de 2.300 hectares de terras declaradas da União.

 O motivo do cancelamento, segundo explicou o presidente da comissão, deputado Moisés Diniz (PC do B), teria sido uma ligação da presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rosana Nascimento, orientando que os trabalhadores não participassem da audiência, sob pena de perderem seus lotes. O parlamentar disse estar surpreso com a ação da líder sindical e afirmou não entender o motivo pelo qual orientou os trabalhadores a não comparecerem.

“Mobilizamos a ação social do governo, o Iteracre, a área social da prefeitura, o Terra Legal. Eu acabei de receber um telefonema da líder das famílias, que me disse que elas não podem vir porque receberam um telefonema. Não viriam porque seriam prejudicados. Infelizmente estamos suspendendo. Segundos elas, a presidente da CUT foi quem lhes ligou. Podem ir ao Incra e confirmar o que estou dizendo”.

 Moisés Diniz acrescentou, ainda, que irá propor ao órgão que construa um abrigo para que pessoas que buscam reivindicar seus direitos não fiquem expostos ao inverno amazônico. Ele afirmou que a situação dos trabalhadores sem terra do Porto Luís é ‘delicada’ e pediu uma atenção diferenciada pelo Incra.

 A GAZETA entrou em contato com a presidenta da CUT, Rosana Nascimento, que descartou a possibilidade de ter ligado aos trabalhadores. Segundo ela, este não é o papel da entidade. Afirmou, também, que não tem contato da liderança citada por Moisés Diniz.

“Nem passei no Incra e não tenho contato com essas pessoas. A CUT não está pressionando ninguém. Não ameaçamos ninguém. Não existe nada disso. O que não posso é ficar no Incra todos os dias. Foi através da CUT que impedimos mais uma reintegração de posse”, disse Rosana.


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