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Senegaleses pedem fila separada para receber alimento em abrigo no AC

 
A média de imigrantes senegaleses que chega ao Brasil utilizando a fronteira entre o município de Assis Brasil e a cidade peruana de Iñapari, a exemplo dos haitianos, tem crescido nos últimos meses. De acordo com o representante da Secretaria Estadual de Direitos Humanos do Acre em Brasiléia, Damião Borges, os números começaram a disparar desde outubro de 2013.

“Antes desta data, chegavam diariamente em Brasiléia de três a quatro senegaleses. Hoje a média é de 15, porém, em alguns casos, os senegaleses chegam em um grupo de 30, 40 e até 60 pessoas”, afirma Borges.

 Durante os três últimos anos, ao menos 17 mil imigrantes entraram no Brasil pela mesma rota. Destes, 800 eram senegaleses. Nesta quinta-feira (20), dividiam o abrigo montado pela prefeitura em Brasiléia 1.100 pessoas, sendo 180 do Senegal. A convivência entre os dois países têm sido difícil no local, segundo Damião.

“Os senegaleses se mostram, em sua maioria, mais agressivos que os haitianos. Senegal e Haiti possuem uma rivalidade histórica e todos os dias ocorrem discussões e brigas entre eles em que há a necessidade de ‘apagarmos o fogo'”, diz. Ele acrescenta ainda que alguns haitianos já chegaram a pedir que houvesse segregação entre os imigrantes.
“Ele nos pedem, por exemplo, para que a fila para receber o alimento seja separada. Nós explicamos que todos os imigrantes são iguais para a nossa lei e que eles precisam aprender a conviver e a compartilhar”, conta.

 Imigrantes da República Dominicana também chegam ao Acre, porém em menor quantidade. Até o momento, 170 passaram por Brasiléia.  Todos têm em comum a busca por novas oportunidades de trabalho.

 Ainda de acordo com a Sejudh, a secretaria já entrou em contato com as embaixadas dos três países para buscar soluções para o problema da imigração irregular, até momento, somente o governo do Senegal não atendeu as notificações enviadas.

Foto/Nonato Souza

 

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