Após sofrer afogamento na última sexta-feira, 21, na piscina da casa onde a mãe trabalhava como doméstica, o menino Nataniel Nailton Soares Rodrigues, 8 anos, não resistiu e morreu na manhã de ontem, 24, na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital da Criança. Para evitar que casos trágicos assim se repitam, o Corpo de Bombeiros dá algumas orientações que os pais podem seguir em relação à água.
Para evitar que outras crianças percam a vida dessa maneira, o major Eudemir Bezerra, assessor de comunicação da corporação, acredita que o ideal seria que existissem nas escolas programas de natação. “A partir dos 4 anos, as crianças já estão aptas a aprenderem a nadar. Os pais devem incentivar isso. A atitude salvaria muitas vidas”, aponta.
De acordo com Eudemir, o afogamento é a segunda maior causa de morte acidental entre crianças de 5 a 9 anos no Brasil, uma média de 53% de casos por ano. Por tal motivo, os adultos devem ficar atentos aos riscos que piscinas, açudes e rios podem trazer.
“As crianças são fascinadas por água, portanto, todo cuidado é pouco. Isso é uma questão cultural. A falta de lazer leva as pessoas a procurarem os banhos como meio de diversão. Sem reconhecer os perigos e a profundidade de algum poço ou piscina, as crianças acabam se afogando”, explica Eudemir.
Segundo o major, há 3 anos, Sena Madureira já liderou o ranking nacional onde as pessoas mais morriam afogadas, proporcionalmente. Após o Corpo de Bombeiros ser instalado na região, os dados negativos foram superados.
Eudemir confessa ter ficado muito triste com o caso de Nataniel Rodrigues. Ele acreditava que o menino sobreviveria, pois havia conseguido ser reanimado após o afogamento. “O desfibrilador, que tem a função de recuperar a parte elétrica do corpo, foi fundamental no atendimento dele. Fiquei surpreso com a notícia da morte, porque não é comum pessoas morrerem após serem reanimadas nesses casos”, lamenta.
Além dos pais, qualquer pessoa que possua piscina em casa deveria ter o cuidado de isolar a área com proteção de telas ou cercas, afirma o major. Segundo ele, há casos de vizinhos que invadem casas na inocência de brincar um pouco na água e acabam morrendo.
Outra cautela a ser tomada é referente aos açudes, igarapés e rios. É comum no Acre, casos de adolescentes que brincam de saltar de pontes, confiados na habilidade de saber nadar. “O que esquecem é que existem muitos outros riscos, além da profundidade. Nessas águas, há possibilidades de contaminação, animais peçonhentos, o peixe elétrico e até pedaços de madeira submersos. Quando pessoas se afogam no Rio Acre, por exemplo, nunca conseguimos encontrar o corpo”, declara. (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)