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Em 3 meses, presídio de CZS registra 6 casos de leptospirose

A gerência de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Cruzeiro do Sul confirmou que nos últimos 3 meses, pelo menos seis detentos do presídio Manoel Néri da Silva foram infectados com leptospirose, doença transmitida pela urina do rato. O caso mais recente é de um presidiário que foi internado no Hospital do Juruá e teve alta há uma semana.

Duas mortes ocorridas em outubro e novembro de 2013 dentro da unidade ainda estão sendo investigadas segundo a Secretaria Municipal de Saúde, mas as vítimas apresentavam sintomas semelhantes aos dos demais presos infectados com leptospirose, entre eles, dores no corpo, na cabeça e dormência nas pernas.

Já a diretora do setor de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), Izanelda Magalhães confirmou que uma das mortes foi causada por leptospirose e apenas o outro caso ainda permanece sob investigação. “Nós colhemos o material do corpo desse presidiário e enviamos para o Instituto Evandro Chagas em Belém/PA que é referência em diagnóstico na região Norte e estamos aguardando o resultado. O outro óbito fechou como leptospirose”, afirma.

A coordenadora de Vigilância Epidemiológica do município, Milena Lopes, informou que após a confirmação dos casos de leptospirose, a direção do presídio foi orientada e realizou limpeza, dedetização e desratização da unidade para evitar o contato dos presidiários com ratos, animais que transmitem a doença.

“Agora nós estamos aguardando uma resposta do Estado e do Ministério da Saúde sobre uma proposta para realizar um inquérito em toda a população carcerária e servidores que envolveria vários exames para leptospirose e outras doenças. Isso é necessário porque, por enquanto, estamos examinando só aqueles que apresentam sintomas e a leptospirose tem um longo período de incubação”, alerta.

O pescador Osmarino Alves de Lagos está preocupado com a volta do filho ao presídio. Keli Gomes de Souza, de 27 anos, que cumpre pena na unidade contraiu leptospirose e teve que passar 27 dias internado em um hospital de Rio Branco, Capital do Estado. “Ele ficou muito mal e ainda teve uma parada respiratória permanecendo por mais de quatro horas na emergência. Tenho medo dele continuar comendo as comidas do presídio, o risco continua”, conclui. (Genival Moura, do G1/AC)

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