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Acreanos estão começando a fazer vendas clandestinas de combustível pela internet

A cada dia novas balsas e caminhões de combustível estão chegando ao Acre e sendo distribuídas aos postos tanto da Capital quanto dos municípios do interior. Mas isso parece não ser suficiente para parte da população. Preocupados em ficar sem o produto, filas de carros e motos seguem persistindo nos postos de combustíveis de Rio Branco. Mas o pior é que algumas pessoas estão começando a tornar esta procura exagerada por gasolina no Estado em negócios clandestinos.

Nas redes sociais, internautas estão começando a tirar vantagem de quem não quer enfrentar as filas gigantescas nos postos e estão formando grupos de revenda de gasolina. Os preços vão desde o R$ 5,00 até o dobro do valor real do litro do combustível. E os anúncios de gente que diz ter 10, 20, 50 e até mais de 100 litros chegam a ter dezenas de interessados. 

Os ‘revendedores’ dizem que fazem a entrega do combustível em casa ou combinam um local para se encontrarem com os compradores. Eles compram nos postos locais ou, geralmente, no interior e até mesmo na Bolívia. Armazenam a gasolina em corotes, garrafas pet e outros recipientes plásticos (inclusive sacolas), escondem em casa e revendem, ao achar interessados.

A maioria dos postos de combustíveis hoje já está evitando comercializar o produto em recipientes inadequados. Porém, há muitos relatos populares de pessoas que dizem ter visto, nos primeiros dias desta crise no abastecimento de combustíveis, os postos venderem gasolina em vasilhames, sem sofrerem nenhum tipo de restrição, advertência ou medida punitiva.

Estocagem é ilegal – O procurador-geral do Ministério Público Estadual (MP/AC), Oswaldo D’Albuquerque, afirmou ontem que fazer estoque de combustível é uma prática ilegal. Ele disse que o órgão está acompanhando de perto esta situação de muita demanda e pouca oferta do produto. Oswaldo contou que já há registros de postos que fizeram a venda irregular de combustíveis em garrafas, sacos plásticos e outros compartimentos inadequados e que isso representa um alto risco para a segurança da população de Rio Branco.

Para ser mais severo, o procurador afirmou que este tipo de venda, transporte e depósito irregular do combustível constitui crime ambiental, tipificado no art. 56 da Lei nº 9.605/98, e que, se for necessário, o MP certamente adotará medidas legais para coibir tal prática.

Oswaldo alegou, também, que os postos não podem alegar desconhecimento destas regras, uma vez que o Corpo de Bombeiros já enviou ofício ao Sindicato dos Revendedores do Combustíveis do Acre para que os postos evitem comercializar o produto em recipientes impróprios.

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