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Balsa com 600 mil litros e caminhão com 100 mil litros de combustível chegam ao Acre

Após a população sofrer algumas horas com a falta do combustível em Rio Branco, o Governo do Acre anunciou a chegada de 600 mil litros do produto pela balsa e mais 100 mil litros por meio de um caminhão. Em coletiva de imprensa realizada no gabinete da Casa Civil, na tarde de ontem, 25, o governador Tião Viana explicou o atraso no abastecimento dos postos de combustíveis.

Devido a um problema na atracagem da balsa com 600 mil litros de combustíveis, pela BR Distribuidora, houve um atraso na chegada do produto, que saiu de Boca do Acre, no Amazonas, no domingo, 23. A balsa, com previsão de chegar nesta segunda-feira, 24, só atracou em Porto Acre ontem, 25.

A balsa que havia chegado a Cruzeiro do Sul na manhã da segunda-feira, com 2,3 milhões de litros de combustível, que atenderia tanto o município, como parte de Rio Branco, também teve uma demora na atracagem, chegando apenas nesta terça-feira. Os combustíveis só foram liberados para os caminhões à 0h00 de hoje, 26, devido ao processo de transferência, de preparo e de distribuição.

Além disso, Rio Branco recebeu 100 mil litros de combustível de gasolina vindos de Cruzeiro do Sul e mais 65 m³ de diesel S10. Pela BR-364 já passaram 1.485 mil litros de combustíveis desde o dia 24 de fevereiro.

“Temos 2,2 milhões de litros no porto de Boca do Acre. Mais de 350 mil litros foram distribuídos nos postos de Rio Branco nesta terça-feira, 25. Outra balsa com 600 mil litros de diesel deverá chegar ainda hoje, 26, em Porto Acre”, informou Tião Viana.

Ainda de acordo com o governador, uma balsa saiu há 6 dias de Manaus e deverá chegar em 20 dias a Rio Branco. “Já fizemos contato com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), com a Petrobras, com a BR Distribuidora e com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, para solicitar um aporte de combustíveis vindos do Peru, para não ter nenhum risco desses 5 dias entre a transferência dos produtos que já chegaram, dos que estão para chegar, e a próxima balsa que está saindo de Manaus, ficarmos sem combustível”.

Álcool Verde – O governador explicou também o motivo de a empresa Álcool Verde não ajudar com o fornecimento de combustível para o Acre. “Ela trabalha com a venda do produto dela. Como outros empresários de outros estados pagam um preço maior, ela vende para quem paga no período da colheita. Ela produziu no ano passado um pouco mais de 5 milhões de litros e já foram todos vendidos nos termos da economia privada, porque o governo não tem autonomia de pegar e confiscar. A Álcool Verde produz o Etanol, e não o Anidro, que é o componente da mistura da gasolina”.

(Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

Postos de combustíveis desabastecidos irritam os motoristas de Rio Branco

BRUNA LOPES

A falta de combustível nos postos de Rio Branco deixou alguns motoristas impacientes e revoltados na manhã desta terça-feira, 25. Apenas um posto em toda a Capital tinha o produto. Lá, a fila era grande. Porém, no final da manhã, uma balsa trazendo 600 mil litros de combustíveis chegou a Porto Acre com o objetivo de fornecer o produto a todos os postos de Rio Branco.

O autônomo José Ribeiro afirma que desde a noite de segunda-feira, 24, procura gasolina nos postos e não encontra. “É inadmissível que falte gasolina numa Capital. No meu caso, moro longe e trabalho em lugares distantes. Então, gasto muito e tenho sempre que estar abastecendo. Já fui a três postos de combustíveis e não consegui nada. Não quero armazenar gasolina, mas quero encontrar o produto quando precisar. E isso, hoje, não está acontecendo”, desabafa o motorista José Ribeiro.

O motorista Manoel Vieira desabafa sobre a situação difícil que o Estado está enfrentando. “Quando não falta combustível, é algum produto da cesta básica no supermercado. Ou quando tem, está num valor absurdo. Aonde vamos parar? Estou seriamente preocupado”, lamentou.

Uma balsa maior também está a caminho e deverá chegar nos próximos dias em Rio Branco com 3 milhões de litros de gasolina, diesel e S-10. Não há um prazo estimado para a chegada da embarcação, mas a Petrobras informou que a balsa já passou de Boca do Acre.

Além disso, o governo também anunciou a chegada de 100 mil litros de gasolina vindos de Cruzeiro do Sul e que devem reforçar o abastecimento na Capital.

Para que não ocorra a falta do produto, a população não pode armazenar ou consumir em excesso a gasolina. As faltas momentâneas só estão ocorrendo porque há a compra do produto além do necessário, esgotando o estoque nos estabelecimentos. Além disso, armazenar em galões pode resultar em tragédias. Portanto, evite esta prática. (Foto: Val Fernandes/ Secom)

Acre ainda deve enfrentar três das piores semanas após a cheia do Rio Madeira

BRENNA AMÂNCIO

O governador Tião Viana afirmou que a população ainda enfrentará 3 semanas difíceis, além das já vividas até o momento devido à cheia do Rio Madeira. A situação persiste desde o dia 10 de fevereiro, mas o agravo surgiu apenas no dia 24 do mesmo mês. Até o momento, a BR-364 permanece fechada, por não apresentar condições de trafegabilidade.

Tião Viana acredita que esta situação de consequências pelo transbordamento do Madeira ainda pode atormentar o Acre pelos próximos 6 meses.

Em relação às alternativas de atracagem na BR-364, 28 carretas já foram levadas do Abunã até a Região de Palmeiral nas balsas. No entanto, as tentativas de subida pelo Rio Madeira ainda não tiveram sucesso, porque a correnteza é muito forte e não tem permitido que as balsas com dois rebocadores possam enfrentar esta situação.

“Conseguimos fazer uma capa de pedra na rodovia para que as carretas passem. Adaptamos uma carreta prancha para passar com outras em cima. Se o rio continuar a subir, estamos forçando com o Dnit mais um acesso por um ramal, antes da Velha Mutum, em direção da Vila Abunã”, informa Tião Viana.

Ainda de acordo com o governador, o Acre conta com o apoio de alguns parceiros. “O ministro Aloizio Mercadante ligou mais uma vez em nome da presidenta Dilma Rousseff, prestando solidariedade. Conversei com o ministro das Relações Exteriores em exercício, com o presidente da Infraero e com o embaixador do Peru, tratando da questão do combustível, de outros alimentos e da desburocratização no país”, afirma.

Medicamentos estão garantidos para as próximas semanas

BRENNA AMÂNCIO

O Governo do Acre e a Prefeitura de Rio Branco anunciaram, nesta terça-feira, 25, medidas para manter o abastecimento de medicamentos na Capital. O objetivo principal é assegurar os itens básicos do SUS e das farmácias básicas nessa situação.

De acordo com o governador Tião Viana, esta é uma luta permanente, já que duas transportadoras de medicamentos, identificadas como Atlas e TNT, estavam se recusando a trazer qualquer material para o Acre, em razão das condições de trafegabilidade na BR-364, em Rondônia.

Rio Branco possui 66 unidades de saúde. Neste período considerado pelo prefeito Marcus Alexandre como o de maior desastre natural do Rio Madeira, algumas medidas estão sendo tomadas para garantir a chegada dos remédios na Capital.

“Temos os mais importantes medicamentos garantidos para as próximas semanas. Com o apoio do governo, que está disponibilizando as aeronaves em Porto Velho, estamos embarcando hoje e amanhã novos carregamentos de remédios. Já fizemos os acertos com os fornecedores, incluindo os dois que o governador citou. A Recol colocou à disposição o terminal de logística de Porto Velho, para ajudar na situação das outras distribuidoras”, afirma.

(Foto: Divulgação)

Chegam mais 720 toneladas de gás a Rio Branco

Mais uma balsa chegou na manhã de hoje, 25, ao Porto da Cadeia Velha, em Rio Branco, com 720 toneladas de gás. Esse é o terceiro carregamento que mantém a rota alternativa para garantir o abastecimento na Capital. A empresa prevê que essa remessa deve suprir o estoque de revenda até 10 de abril.  Saiu de Manaus ontem, 24, a quarta balsa, com mais 450 toneladas, e a previsão  de chegada ao Estado é 7 de abril.

O engenheiro mecânico Ney Sena explica que o gás é transferido em um sistema pressurizado para os caminhões – cada caminhão transporta 27 toneladas. Dessa maneira, o descarregamento deve continuar até domingo. Depois seguem até a unidade no Distrito Industrial para ser envasado nas botijas.

O gerente-geral da Fogás, Reginaldo Tavares, explica que essa é a logística realizada em Porto Velho (RO), na qual os caminhões vão às plantas de engarrafamento e trazem o produto a granel para o Acre. “Para essa logística temos uma equipe há mais de um mês aqui, e tudo isso tem um custo para a empresa. No entanto, a orientação da Fogás é de não repassar esse custo à cadeia de revenda. Por isso, caso o cliente encontre uma situação diferente dessa deve acionar o Procon”, afirma Tavares.

A rotina é mantida, uma vez que para esse produto a orientação é ter um estoque regular, ou seja, fazer pedidos contínuos para que o estoque seja de acordo com o consumo, e quando estiver acabando, uma nova remessa esteja a caminho. A ação conta com o apoio do Governo do Estado, que cede o Porto da Cadeia Velha para a atividade. A transferência de gás é acompanhada pelo o Corpo de Bombeiros, e o sargento Artemildo está com o efetivo de sete bombeiros em plantão como ação preventiva, já que se trata de um produto inflamável. E também a  Ciatran colabora, acompanhando o deslocamento dos caminhões no perímetro urbano. (Miriane Teles / Agência Acre/ Foto: Luciano Peres/ Secom)

Alimentos também estão chegando pelo Peru e a merenda escolar é tida como prioridade

BRENNA AMÂNCIO

Alimentos como uva, tomate, alho, cebola, batata e o trigo já chegam ao Estado pelo Peru, informou o governador Tião Viana, ontem, 25. Ainda de acordo com ele, os supermercados têm alimentos básicos para os próximos 7 dias, além de outras cargas que estão chegando.

“Já solicitamos o apoio de todos os órgãos de aviação comercial, a própria Infraero do Brasil em busca de uma aeronave 737-200, que tem capacidade de 20 toneladas para ficar exclusivamente nos ajudando em uma transferência de cargas vinda de Porto Velho”.

O Rio Madeira já comprometeu várias cidades do Baixo Amazonas. No porto de Manaus, 1.800 carretas não conseguem atracar, devido a uma questão de logística com a Suframa. Várias cidades de Rondônia já estão com o abastecimento comprometido, devido à enchente.

Segundo Tião Viana, uma balsa com 2.300 toneladas de bens duráveis e outra com 750 toneladas de alimentos saíram ontem de Porto Velho.

O prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, garantiu que a merenda escolar é uma das prioridades. “Na segunda-feira nos reunimos com os fornecedores para garantir que os itens essenciais da merenda, e principalmente das creches, que têm três refeições, a pré-escola e o ensino fundamental, não faltem. Nenhuma escola teve as suas aulas interrompidas por conta de abastecimento de alimentos. Superamos a 4ª maior alagação dos últimos 20 anos nesse período de 24 de fevereiro a 25 de março. Chegamos a ter 4.500 pessoas nos nossos três abrigos e estamos hoje ainda com pouco mais de 200 famílias no Parque de Exposições”, afirma.

Dados gerais:
Do dia 24 de fevereiro até esta terça-feira, 605 caminhões já passaram pelos trechos críticos da BR-364, com 3.708 toneladas de alimentos.

A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou 60 voos, totalizando 410 toneladas de alimentos. Além disso, 12 voos fretados ainda trouxeram 240 toneladas de produtos alimentícios.

Nesse período, quatro balsas já trouxeram para o Acre 1.720 toneladas de gás de cozinha.

Empresários de Plácido de Castro manifestam preocupação com o isolamento do Estado

Mesmo o governo estadual e federal já terem garantido que não faltarão os produtos perecíveis, não perecíveis e demais bens de consumo no Estado, os empresários de Plácido de Castro e o Sindicato do Comércio (Sincoplás) daquele município, procuraram o presidente da Fecomércio/AC Leandro Domingos, na tarde dessa segunda-feira, (24). O tema do encontro foi pautado nas dificuldades encontradas pela recente crise que assola o Estado do Acre, para que sejam elaboradas estratégias que possam amenizar as dificuldades, especialmente aquelas relacionadas às responsabilidades com os fornecedores e a sobrevivência dos negócios. 

 O presidente do Sincoplás, Gilmar Queiroz, enfatizou que a maioria das mercadorias tem ficado em Rio Branco e isso tem causado alguns transtornos em Plácido de Castro. “Entendemos que nossa população é pequena, mas também temos as nossas necessidades e precisamos de alguma garantia de que os alimentos também chegarão até nós. E isso faz com que nossos clientes venham até a Capital para adquirir esses produtos e se não vendermos como iremos pagar nossos fornecedores? Estamos assustados com toda essa situação”, disse.

Sensibilizado, o presidente Leandro Domingos, informou que entrará em contato com os superintendentes dos bancos sociais que atuam no Estado do Acre, para que de alguma maneira possam intervir na elaboração de planos que permitam, em curto prazo, amenizar as dificuldades surgidas por conta do isolamento. Outra preocupação demonstrada pela delegação foi a de cumprir com suas obrigações fiscais perante a Fazenda do Estado.

Sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS -, Domingos afirmou que manterá entendimentos com o governo no sentido de que sejam criados mecanismos que facilitem o recolhimento do tributo. “Vamos conversar com o governador e buscar apoio do Estado para que este possa continuar exercendo seu papel amparado pelas instituições. Tião Viana tem se mostrado sensível as causas do nosso comércio, prova disto é a amplia-ção do prazo de pagamento das notificações do ICMS”, afirmou Leandro Domingos. (Ascom Fecomercio/AC)

Cidade do Povo: governador discute logística para garantia de insumos

Empresários do setor de construção civil que estão atuando nas obras da Cidade do Povo reuniram-se na tarde desta terça-feira, 25, com o governador Tião Viana e os secretários Edvaldo Magalhães (Indústria e Comércio) e Leonardo Neder (Obras Públicas), na Casa Civil, para discutir e viabilizar rotas para a chegada de insumos para as obras do maior programa de habitação do Acre.

Tião Viana afirmou que a categoria deve aproveitar a navegabilidade de balsas enquanto os rios do Acre dão essa possibilidade. Mas alertou que o período máximo será maio. “Hoje, a melhor rota para assegurar os insumos para a construção civil é a importação pelo Peru. A Estrada do Pacífico foi construída justamente para consolidar essa rota comercial entre a nossa região e o mercado internacional”, comentou.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Construção Civil do Estado do Acre (Sinduscon), Adriano Ribeiro, revelou que na quarta-feira, 26, uma equipe de empresários do setor deve ir a Porto Velho (RO) para fazer o levantamento da quantidade, volume e localização das cargas que estão paradas no estado vizinho. “E ainda esta semana outro grupo vai a Assis Brasil para verificar a situação de importação”, adiantou.

O governador ressaltou que não está faltando, por parte da gestão estadual, nenhuma ação preventiva para lidar com a situação que o Acre está enfrentando com a enchente do Rio Madeira. “A construção civil é um grande eixo da economia acreana. Os representantes desse setor não podem deixar que ele pare. Por isso, é preciso agir o quanto antes”, observou Tião Viana.

Empresários asseguraram que já buscam a regularização de suas empresas, junto à Receita Federal, para terem autorização para importar insumos via Peru, e acertaram que constituirão comissão para monitorar as rotas logísticas e a chegada de produtos da construção civil ao Estado. (Nayanne Santana / Agência Acre)


Águas do Rio Mamoré agravam enchente em Porto Velho, diz Inpe

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou um alerta no final de semana para a Defesa Civil Nacional informando que a enchente no Rio Madeira tornou-se mais crítica nos últimos dias com a chegada das águas do Rio Mamoré à região de Porto Velho, em Rondônia.

O alerta mostra que não há previsão da vazante (descida das águas) do Rio Madeira, que atingiu ontem o nível de 19,62m quase o dobro da cota normal, que é de 10m. Cerca de 20 mil pessoas (4.000 famílias) estão atingidas pelas inundações de casas, lojas e áreas de agropecuária, segundo a Defesa Civil Municipal.

Segundo o Inpe, imagens recentes do satélite Landsat 7 mostram áreas atualmente inundadas pelo Rio Mamoré vazando para o Rio Madeira.

Para a Defesa Civil, especia-listas, procuradores e juízes, os níveis dos reservatórios das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau podem ter contribuído para o agravamento das inundações e das erosões das margens do Rio Madeira no município de Porto Velho (RO), que está sob decreto de calamidade pública reconhecido pela Defesa Civil Nacional.

Segundo o Grupo do Clima do Inpe, a enchente do Rio Madeira está associada ao fenômeno denominado Alta da Bolívia, que é um bloqueio atmosférico típico do verão. Neste ano, o bloqueio também foi responsável pela falta de chuvas na região central do Brasil, que provocou forte calor em cidades como o Rio de Janeiro.

Conforme o Grupo do Clima, no mês de janeiro deste ano esse bloqueio foi observado em altos níveis da atmosfera, em torno de 12 quilômetros de altura, formando uma barreira.

Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), no mês de janeiro as chuvas foram intensas em Porto Velho e Rio Branco, que também sofre com a cheia do Rio Acre, que nasce no Peru. O instituto disse que naquele mês choveu 512 mm na capital acreana, 57% acima da média normal (325 mm). No mesmo período em Porto Velho choveu 416,4 mm, 20% maior que o índice normal (346,9 mm).

O Grupo do Clima do Inpe afirma que as chuvas nos meses de fevereiro e entre 1º e 21 de março em Porto Velho estão abaixo da média normal, confirmando a influência do fenômeno Alta da Bolívia na enchente do Rio Madeira. Em fevereiro choveu 191,80 milímetros na capital rondoniense, 64% abaixo da média normal, que é de 316 mm. Já a média do mês de março é de 273,9 mm, e choveu de 1º a 21 de março apenas 87,8 mm. (Agência EFE)

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