As concessionárias em Rio Branco confirmam uma queda nas vendas por causa da cheia histórica do Rio Madeira em Rondônia e a interdição da BR-364 que liga os estados. A chegada de novos veículos não acontece. A cota do Rio Madeira atingiu, na tarde desta sexta-feira (21), a marca de 19,38 metros e desabriga mais de 12 mil famílias em Rondônia.
De acordo com o gerente comercial da Agronorte em Rio Branco, Manoel Miranda, apenas dois carros foram vendidos este mês. “Estávamos com um crescimento interessante, chegando a mais de 20% para o período. Daí, a cheia do Madeira começou a nos afetar diretamente. Temos muitos veículos esperando a vazante em Porto Velho”, destaca.
Manoel Miranda destaca que uma lista de espera está sendo montada para os clientes interessados em adquirir algum veículo. “Contamos com a compreensão dos clientes neste momento. Nossa lista já possui 25 nomes. Nunca enfrentamos uma situação dessa”, confirma.
O coordenador de vendas, Geovani Sirqueira, percebe que a economia, como um todo, está sofrendo. “O dinheiro não está circulando. Quase não há compra e venda, a não ser os artigos de primeira necessidade. Nas concessionárias, seguramente, os mais prejudicados este mês serão dos vendedores”, lamenta.
O presidente da Fecomercio/AC, Leandro Domingos, afirma que mais de 600 veículos estão em Porto Velho e têm como destino Rio Branco. “Nosso mercado de automóveis se ressente com a crise. Já estamos há mais de 30 dias sem receber um único veículo na Capital. Mas compreendemos que o momento é difícil. Por isso, não vamos brigar pela transferência desses carros. A prioridade não é essa”.
Além disso, Domingos revelou a sua preocupação também no período de vazante. “Estamos preocupados com as condições da estrada quando o período de vazante começar. Por isso, a crise não termina com a baixa do nível do Rio Madeira”, conclui.